Nação

Sobrevivente de serial killer em Alagoas revela: 'Minha infância me salvou'

2024-11-21

Autor: Gabriel

Ana, uma jovem que sobreviveu à ameaça do notório serial killer Albino Santos de Lima, de 42 anos, compartilhou a angustiante história de como se viu envolvida em uma rede de terror. Tudo começou quando ela notou um número de telefone com o mesmo DDD de Alagoas em grupos de mensagens que frequentava, onde começaram a chegar dezenas de mensagens pornográficas.

Ao interagir com um homem que não enviava fotos, Ana decidiu perguntar quem havia compartilhado seu contato. Para sua surpresa, ela logo recebeu um print que mostrava que Albino havia repassado seu número, acompanhado de xingamentos extremamente ofensivos à sua pessoa.

''Naquele momento, meu coração parou. Eu morava em frente à casa dele e frequentava a mesma igreja. Ele tinha meu número através do grupo da igreja'', contou Ana, que se lembrou de um momento perturbador: após reconhecer o homem, ela desmaiou por causa do medo.

Temendo por sua vida, Ana procurou a polícia e fez a denúncia, resultando em uma intimação para Albino. Em seu depoimento, ele alegou que seu celular havia sido clonado, mas essa versão não convenceu a polícia. Segundo informações, ele foi orientado a ficar distante de Ana, mas isso não impediu o terror psicológico que ela passou a viver, imaginando-se constantemente como um alvo potencial.

“Eu não contava para meus pais, mas sempre ficava atenta a qualquer carro que parava na porta da minha casa. O medo se tornou parte da minha rotina”, revelou. Ana também mencionou que semanas antes da exposição do caso, Albino tentou interagir com ela por meio de mensagens na rede social Instagram, onde possuía vários perfis, sempre se escondendo por trás de um disfarce.

Os perfis de Albino eram uma mistura de mensagens políticas de ódio, apoio a figuras controversas, e citações religiosas. A polícia acreditava que era por meio dessas redes sociais que Albino selecionava suas vítimas, observando seus hábitos e rotinas antes de atacar.

Após sua prisão, Ana sentiu um misto de alívio e choque. O que chocou ainda mais Ana foi perceber que ele tinha um padrão em suas vítimas: jovens mulheres morenas e atraentes, como ela. “Era como um filme de terror que se desfazia diante dos meus olhos. Eu sempre desconfiava que algo muito grave estava por trás de seu comportamento”, disse Ana, referindo-se ao caráter peculiar de Albino.

Para ela, o ato de denunciar foi crucial. “Minha mãe contou para todos os vizinhos, alertando-os. Isso me fez sentir um pouco mais segura. Além disso, bloqueá-lo me impediu de ser monitorada, o que pode ter me salvado”, enfatizou a jovem.

O advogado de Albino, Geoberto Bernardo de Luna, tentou justificar os crimes alegando que o réu se via como um 'justiceiro', inspirado em personagens de filmes. Ele afirmou que os assassinatos eram direcionados a traficantes, revelando um padrão de autojustificação que ecoa em muitos casos de violência. Ana, por sua vez, provou que a denúncia é uma ferramenta poderosa na luta contra a criminalidade e que a solidariedade da comunidade pode fazer a diferença na vida de uma vítima.