Um soldado das Forças de Defesa de Israel (FDI) deixou o Brasil neste domingo (5 de janeiro de 2025) em meio a uma investigação da Justiça do Distrito Federal, que determinou que a Polícia Federal (PF) apurasse supostos crimes de guerra cometidos na Faixa de Gaza. A notícia foi divulgada pela emissora estatal israelense Kan.

A família do soldado confirmou que ele não chegou a ser preso, mas a situação se tornou alarmante após a Justiça emitir, no dia 30 de dezembro de 2024, a ordem para a investigação. A juíza responsável, Raquel Soares Charelli, recebeu um pedido da organização HRF (Fundação Hind Rajab), reconhecida por sua defesa dos direitos dos palestinos.

O soldado, que estava no Brasil em férias, é acusado de envolvimento em um ataque que resultou na demolição de um quarteirão residencial na Faixa de Gaza, em novembro do ano passado. Esse local abrigava palestinos que haviam sido deslocados internamente devido ao conflito na região.

O ataque foi realizado com explosivos, intensificando as acusações contra o soldado. A HRF apresentou provas coletadas através de Open Source Intelligence, apontando que essas evidências mostravam o envolvimento ativo do soldado em operações militares controversas.

O pai do soldado afirmou ao Canal 12 que, momentos antes de deixar o Brasil, um amigo que viajava com seu filho recebeu uma mensagem de um escritório diplomático israelense alertando sobre a emissão de um mandado de prisão. "Pedi que eles escapassem imediatamente e não ficassem nem mais um momento [no Brasil]", relatou, conforme noticiado pelo jornal The Times of Israel. O pai também recebeu uma mensagem do filho na madrugada deste domingo, confirmando que havia deixado o país.

Essa situação levanta uma série de questões sobre a responsabilidade de soldados em conflitos internacionais e seus desdobramentos legais em outros países. Especialistas alertam que esse caso pode resultar em um novo precedente sobre como casos de crimes de guerra são tratados internacionalmente.

Além disso, a saída do soldado gera um alvoroço nas redes sociais, com opiniões polarizadas sobre a legitimidade das acusações e os reflexos do conflito israelense-palestino na política brasileira. O caso continua a ser acompanhado de perto tanto por defensores dos direitos humanos quanto por analistas de política internacional.