Surpreendente! Soja perde liderança em exportações pela segunda vez em uma década!
2024-12-06
Autor: João
A soja, até então um gigante nas exportações brasileiras, perdeu a liderança pela segunda vez nos últimos dez anos. Do acumulado de janeiro a novembro de 2023, o Brasil viu o petróleo superar a oleaginosa em termos de receita exportadora, conforme dados revelados pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Esta mudança desafiadora para o setor agroexportador pode indicar um panorama diferente para as exportações em 2024.
Desde 2015, a única vez que a soja não liderou a pauta exportadora foi em 2021, quando o minério de ferro assumiu o topo. Hoje, o Brasil não só se firmou como maior produtor e exportador de soja do mundo, como também se destaca na exportação de minérios.
Historicamente, o petróleo havia superado a soja como o principal produto exportado apenas uma vez, em 2012. Naquele ano, o minério de ferro dominou as exportações brasileiras, segundo registros da Secex.
As exportações de soja em 2024 estão projetadas para serem 1,3% menores em comparação com os números recordes de 2023, devido a uma quebra de safra. Além disso, os preços da soja caíram cerca de 17%, resultando em uma receita total acumulada de aproximadamente US$ 42,08 bilhões até novembro.
Em contrapartida, as exportações de petróleo do Brasil estão batendo recordes, com 85,45 milhões de toneladas exportadas de janeiro a novembro, uma alta de 14,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Essa expansão deve-se ao aumento da produção proveniente do pré-sal, um fator crítico que não pode ser ignorado.
Embora os preços do petróleo tenham caído apenas 4% no acumulado do ano em relação a 2023, os volumes elevados impulsionaram a receita total para US$ 42,76 bilhões, consolidando assim a liderança do petróleo nas exportações do Brasil para 2024.
Faltando menos de um mês para o fechamento de 2023, a possibilidade de a soja retomar a liderança este ano é praticamente nula, já que seus embarques estão diminuindo na entressafra. Estimativas da Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) indicam que as exportações de soja em dezembro devem totalizar apenas 1,2 milhão de toneladas, o menor volume do ano.
José Augusto de Castro, presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), comentou à Reuters que a liderança do petróleo está consolidada e deve se intensificar em dezembro. Entretanto, ele acredita que essa não é uma tendência permanente e que a soja pode recuperar seu posto nos próximos anos.
"Este ano, a queda de preços da soja, em torno de 20%, em contrapartida ao aumento na produção de petróleo, contribuíram para esse cenário", afirmou Castro.
Além disso, não podemos esquecer do minério de ferro, que continua a ser uma das principais commodities nas exportações do Brasil, acumulando até novembro uma receita de US$ 27,6 bilhões, reforçando ainda mais a importância das commodities na economia brasileira.