Taiwan em Alerta: Trump Pode Negar Apoio e Pressionar por Semicondutores
2024-11-30
Autor: Maria
A insegurança paira sobre Taiwan com a possibilidade de Donald Trump, ao assumir a presidência novamente, não demonstrar a mesma firmeza de apoio militar que os taiwaneses esperam dos Estados Unidos em um possível conflito com a China. Uma pesquisa recente da Fundação de Opinião Pública de Taiwan revelou que 57,2% dos entrevistados não confiam que Trump defenderá a ilha em caso de uma agressão por parte da Pequim. Isso representa uma queda significativa em relação a um sentimento anterior mais positivo.
A desconfiança em relação à postura do ex-presidente é fedida ao descontentamento com o gerenciamento americano durante conflitos recentes, especialmente após a falta de intervenção militar na Ucrânia, que gerou dúvidas sobre a disposição dos EUA em proteger seus aliados. Paul Huang, pesquisador da fundação, observou que os taiwaneses começaram a ver Trump como um potencial risco, temendo que ele não saísse em defesa de Taiwan.
Desde a eleição de Trump, a fé popular parece ter desmoronado, com quase um terço da população expressando confiança em sua administração. Este novo clima de incerteza é agravado pelo fato de Trump ter sugerido que Taiwan deveria pagar mais pela proteção militar, deixando muitos em Taiwan preocupados com o futuro da sua segurança.
Além disso, Trump tem feito declarações provocativas, afirmando que a ilha “roubou” negócios de semicondutores dos Estados Unidos, gerando receios sobre novas pressões que possam ser exercidas sobre a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), a maior fabricante de semicondutores do mundo. A TSMC já está construindo uma nova fábrica nos EUA com incentivos do governo atual, o que poderia significar um deslocamento da produção de chip para fora de Taiwan.
Como resposta a essa situação, o governo taiwanês propôs a compra de 15 bilhões de dólares em armamentos americanos após as eleições, buscando garantir suporte militar em um momento tão delicado. Entretanto, a ex-presidente Tsai Ing-wen alertou que os EUA devem priorizar seu compromisso com a Ucrânia, apontando que “nós temos tempo” para discutir a questão da defesa.
Recentemente, o líder taiwanês Lai Ching-te anunciou uma visita a Havai e Guam, onde estão localizadas importantes bases militares americanas. Este movimento visa reforçar laços com os Estados Unidos e mostrar que Taiwan está atenta ao cenário de segurança da região.
A tensão com a China, que considera Taiwan uma província rebelde, continua a crescer. Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, comentou que a chave para a paz no estreito de Taiwan seria o reconhecimento da “natureza de Lai”, ligando isso ao apoio à reunificação pacífica com a China continental.
Internamente, a popularidade de Lai também enfrenta desafios, com uma recente pesquisa mostrando que ele caiu de 58% para apenas 42,8% de aprovação. Em meio a uma crise de confiança interna, o líder deve lidar com um judiciário desgastado e uma oposição que se sente cada vez mais pressionada. A situação se agravou pelo escândalo envolvendo o suicídio de um funcionário do Ministério do Trabalho, que gerou indignação e debates sobre a pressão exercida sobre os servidores públicos.
Num cenário onde a confiança está em baixa tanto em relação à liderança taiwanesa quanto ao apoio americano, Taiwan vive um momento crítico. A comunidade internacional observa atentamente, enquanto os taiwaneses se perguntam: possam realmente contar com o apoio dos EUA contra um eventual avanço chinês?