
Tarifaço de Trump em vigor nos EUA: 'Aguentem firme, o resultado será histórico'
2025-04-05
Autor: Lucas
O mais recente movimento econômico do ex-presidente Donald Trump, conhecido como tarifaço, fez o mercado estadunidense perder impressionantes US$ 7,4 trilhões em apenas dois dias. Economistas, como Edmar Bacha, afirmam que "Trump tem a mentalidade de um comerciante, negociando com ameaças aos parceiros."
Em uma postagem em sua plataforma Truth Social, Trump pediu que os cidadãos aguentem firme: "Não será fácil, mas o resultado final será histórico." Ele defende que suas políticas econômicas estão trazendo de volta empregos e empresas ao país, ciente de que suas tarifas aumentarão os preços para os consumidores americanos.
A tarifa mínima de 10%, que afeta uma vasta gama de produtos importados, começou a valer no último sábado, marcando um momento significativo para o comércio global. Essa taxa se junta a tarifas já existentes, mas certos produtos, como petróleo, gás, ouro, prata e semicondutores, foram isentos.
Além disso, as tarifas sobre aço, alumínio e automóveis se mantêm inalteradas, já que esses produtos estão sujeitos a taxas maiores de 25%. O Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, estima que a arrecadação proveniente dessas tarifas pode atingir US$ 600 bilhões por ano, enquanto o dólar deverá continuar forte.
Os parceiros comerciais do EUA, Canadá e México, estão enfrentando um regime diferente: tarifas de 25% sobre produtos fora do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (T-MEC), exceto para hidrocarbonetos canadenses, que têm tarifa de 10%. Trump justificou essas tarifas como uma maneira de pressionar esses países a combaterem a migração ilegal e o tráfico de fentanilo.
Em 9 de abril, as tarifas vão aumentar significativamente para outros países. Por exemplo, a China verá um aumento de 54% em suas tarifas totais, enquanto a União Europeia terá um acréscimo de 20%. Muitos países, incluindo Argentina e Reino Unido, também sofrerão sanções, afetando um total de cerca de 80 países e territórios.
A reação da China foi imediata, com o país anunciando tarifas adicionais de 34% sobre produtos americanos a partir de 10 de abril. Além disso, a China impôs controles sobre exportações de terras raras essenciais, como o gadolínio e o ítrio, usados em eletrônicos, aumentando ainda mais a tensão nas finanças globais.
O mercado financeiro reagiu negativamente, com uma forte queda nas ações. Os investidores mostraram preocupação principalmente com empresas dependentes de importações da Ásia, como a indústria têxtil. Apesar das repercussões, Trump se mantém otimista, afirmando que investidores que estão chegando ao país ainda encontrarão uma oportunidade de enriquecer.
Entretanto, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, expressou preocupação, alertando que as tarifas de Trump "provavelmente aumentarão a inflação e poderão elevar o desemprego", colocando em risco o crescimento econômico. Apesar disso, o ex-presidente permaneceu firme em sua posição de que este é o momento certo para uma redução nas taxas de juros.