'Tarifaço': Marina Silva alerta que guerra tarifária pode ser catastrófica para o clima
2025-04-03
Autor: João
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fez um alerta nesta quinta-feira (4) sobre as consequências de uma possível 'guerra tarifária' após o aumento das taxas anunciado pelo governo dos Estados Unidos. Ela destacou que esse cenário pode afetar seriamente o financiamento necessário para combater o aquecimento global.
Na quarta-feira (2), o ex-presidente Donald Trump revelou que os Estados Unidos começarão a cobrar 10% sobre todas as importações do Brasil, como parte de um decreto que institui tarifas recíprocas para parceiros comerciais.
Como resposta, o Congresso dos EUA aprovou um projeto que permite a taxação de produtos e empresas estrangeiras, intensificando a tensão econômica. Lula, presidente do Brasil, comentou sobre a nova medida, afirmando que o Brasil "não bate continência" às imposições dos EUA, referindo-se à Lei da Reciprocidade.
A ministra Marina enfatizou que os recursos que poderiam ser alocados para o combate às mudanças climáticas estão sendo redirecionados para investimentos mais seguros devido ao clima de incerteza global. "Esse rompimento com o multilateralismo é extremamente prejudicial, pois desgasta relações e afasta a cooperação internacional, fundamentais para enfrentar os desafios climáticos", afirmou.
Segundo Marina, os principais problemas incluem a possibilidade de minar a colaboração entre nações, criando insegurança e fazendo com que os países desviem recursos que poderiam ser utilizados no enfrentamento das crises climáticas, pobreza e perda de biodiversidade.
"Ao invés de estarmos em conflito uns com os outros, deveríamos unir forças para lutar contra a mudança climática, a pobreza e a desertificação", acrescentou a ministra.
Sua declaração foi feita durante um encontro no Ministério das Relações Exteriores com ministros do Meio Ambiente dos países do Brics, que atualmente é presidido pelo Brasil. Esse encontro foi considerado uma oportunidade importante para reforçar a unidade entre os membros do bloco diante dos novos desafios globais.
No cenário internacional, é essencial lembrar que a administração Trump, logo no início de seu mandato, retirou os EUA do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, e vem adotando uma postura negacionista em relação às mudanças climáticas, promovendo a exploração de combustíveis fósseis.
A ausência dos EUA na COP 30, que acontecerá em novembro em Belém (PA), gera preocupações sobre o impacto negativo na conferência e na mobilização de outros países. Os organizadores apostam na participação dos Brics para fortalecer a conferência e buscar avanços significativos em questões de financiamento climático. Como isso vai se desenrolar? Vamos acompanhar!