
Tatuagem pode aumentar o risco de câncer? Estudo revela ligação, mas especialistas alertam para cautela; saiba mais
2025-04-04
Autor: Ana
Estudo revela ligação preocupante entre tatuagens e câncer
Um novo estudo, realizado por pesquisadores da Universidade do Sul da Dinamarca e da Universidade de Helsinki, na Finlândia, trouxe à tona uma questão preocupante: tatuagens podem estar associadas a um risco elevado de câncer? Os pesquisadores analisaram dados de aproximadamente 3 mil irmãos gêmeos dinamarqueses para investigar a relação entre tatuagens e a ocorrência de linfomas e cânceres de pele.
Os resultados foram alarmantes: indivíduos tatuados apresentaram uma probabilidade significativamente maior de diagnóstico de câncer, especialmente aqueles com tatuagens grandes. Para linfomas, o risco observado foi até três vezes maior em comparação aos não tatuados. Os detalhes da pesquisa foram publicados na respeitável revista BMC Public Health.
Limitações do estudo e opiniões de especialistas
Entretanto, especialistas alertam que a natureza observacional do estudo limita suas conclusões. Embora as associações encontradas sejam intrigantes, não se pode afirmar que as tatuagens são a causa direta dos cânceres identificados, conforme esclareceu o médico hematologista Arthur Braga, do A.C.Camargo Câncer Center em São Paulo. Segundo ele, mais pesquisas são necessárias para aprofundar essa importante discussão.
Carlos Chiattone, do Comitê de Linfomas da Associação Brasileira de Hematologia, também compartilha a preocupação. Ele menciona que estudos observacionais podem não levar em conta outros fatores que possam influenciar o risco de câncer, introduzindo assim confusão nos resultados.
Relação entre tinta de tatuagem e câncer de linfoma
O câncer de linfoma, que se origina no sistema linfático, foi o principal foco do estudo. Pesquisadores sugerem que a tinta utilizada nas tatuagens pode se acumular nos linfonodos, provocando uma inflamação crônica, que a longo prazo poderia levar a alterações celulares e, consequentemente, ao desenvolvimento de câncer.
Estudos anteriores e a segurança das tatuagens
Além deste, um estudo anterior da Universidade Lund, na Suécia, encontrou uma associação similar: o risco de desenvolver linfoma era 21% maior entre pessoas tatuadas. No entanto, este estudo não conseguiu estabelecer uma relação entre o tamanho da tatuagem e o risco, levantando ainda mais questionamentos sobre a segurança das tatuagens.
Câncer de pele e cuidados com tatuagens
No caso do câncer de pele, embora a pesquisa dinamarquesa tenha lido uma associação com tatuagens, o dermatologista Doluval Lobão, chefe da Dermatologia do Instituto Nacional de Câncer (Inca), afirma que não há evidências robustas de que tatuagens causem câncer de pele. "O que pode ocorrer é que tatuagens em áreas com lesões pré-malignas dificultam a observação e identificação dessas lesões", explica.
Outros riscos associados a tatuagens
As preocupações com tatuagens não se limitam ao câncer. Potenciais riscos incluem a formação de queloides, reações alérgicas a componentes da tinta e infecções devido à falta de higiene durante o procedimento. Para minimizar estes riscos, a Anvisa recomenda que os indivíduos se certifiquem de que os pigmentos utilizados sejam seguros e registrados, e que os profissionais sigam rigorosamente as normas de assepsia durante o processo de tatuagem.
Considerações finais
À medida que mais estudos se tornam disponíveis, é essencial manter um olhar atento sobre as implicações para a saúde das tatuagens, buscando um equilíbrio entre a liberdade de expressão e a saúde. Portanto, se você tem ou está pensando em fazer uma tatuagem, não deixe de se informar sobre os cuidados e potenciais riscos envolvidos.