A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), fez uma declaração contundente nesta terça-feira (15), enfatizando que "chegou a hora de levar a sério" a revisão dos gastos públicos no Brasil. A declaração foi feita após uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), onde ambos discutiram estratégias para melhorar a gestão fiscal do país.

Em coletiva de imprensa, Tebet revelou que o governo federal tem planos de encaminhar propostas ao Congresso Nacional para que sejam votadas ou debatidas ainda este ano. Ela destacou que as iniciativas serão "justas" e "palatáveis" para a sociedade, visando atender às demandas de uma população que clama por responsabilidade fiscal.

"Não é mais possível resolver o problema fiscal apenas pelo lado da receita. O arcabouço fiscal, que foi aprovado no ano passado, permanece firme e não há perspectivas de alterações imediatas", declarou a ministra. Essa afirmação reafirma a postura do governo em manter a estabilidade econômica, mesmo em tempos desafiadores.

Tebet também mencionou a necessidade de uma revisão abrangente dos programas sociais, com foco em identificar fraudes e implementar uma "revisão estrutural" dos gastos. "Estamos diante de debates importantes e necessários, como o aumento do salário mínimo e as aposentadorias, que devem acompanhar a valorização do salário", adicionou.

Outro ponto destacado foi a autorização que tanto Tebet quanto Haddad deram à equipe para formalizar propostas, com o objetivo de apresentar soluções ao presidente Lula logo após o segundo turno das eleições. "Estamos otimistas de que esse pacote de medidas terá condições de progredir e ser efetivamente discutido com Lula", afirmou Tebet.

Além disso, a ministra ressaltou o compromisso do governo em cumprir as metas fiscais estabelecidas até 2026, focando sempre na qualidade do gasto público. "No ano passado, realizamos um olhar minucioso sobre as fraudes. A primeira etapa dessa revisão foi concluída, e agora seguiremos com medidas estruturantes que a política nos permite implementar", concluiu.

Essas ações sinalizam uma tentativa significativa do governo em equilibrar suas contas e restaurar a confiança da população e do mercado, em um cenário econômico ainda incerto.