Nação

Técnica de laboratório se entrega à polícia após escândalo de órgãos infectados por HIV no Rio de Janeiro

2024-10-15

Autor: Matheus

Jacqueline Iris Bacellar de Assis, de 36 anos, se apresentou à polícia nesta terça-feira (15) após ser foragida desde segunda (14). Uma ordem de prisão temporária foi expedida contra ela e outros envolvidos em um caso alarmante relacionado a laudos de órgãos infectados por HIV. A técnica trabalhou como auxiliar administrativa no PCS Lab Saleme, onde sua assinatura foi encontrada em documentos comprometedores.

Chegando à Delegacia do Consumidor, na Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio, Jacqueline não fez declarações à imprensa que a aguardava, mas afirmou que seu nome havia sido utilizado de maneira indevida, ressaltando que apenas realizava funções burocráticas. Ela também destacou que sua assinatura estava armazenada no sistema do laboratório.

Entretanto, o Conselho de Biomedicina e o Conselho Regional de Farmácia revelaram que Jacqueline não possui registro profissional válido, levantando questões sérias sobre sua atuação na área.

Os problemas foram agravados com a revelação de que duas outras pessoas que integravam a equipe do laboratório ainda estão foragidas. A situação é desesperadora: pelo menos seis pacientes que receberam órgãos transplantados foram infectados pelo HIV devido a erros nos laudos emitidos, levantando um verdadeiro alarme sobre a segurança dos transplantes na região.

A gravidade do caso se acentua com a informação de que o diploma de biomédica apresentado por Jacqueline não foi reconhecido pela Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera. Ela tinha apresentado o documento ao laboratório, que a contratou com base nele. A instituição de ensino saiu ao esclarecimento, afirmando que não emitiu qualquer certificado para Jacqueline, intensificando a desconfiança sobre sua formação acadêmica.

Além disso, o laboratório PSC Saleme confirmou que recebeu o diploma no momento da contratação, mas agora as alegações de Jacqueline quanto à regularidade desse documento estão sob scrutinização.

Enquanto isso, Josué de Arimatéia Félix, advogado de Jacqueline, foi procurado para comentar sobre o caso, mas não respondeu aos pedidos de informação. O Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-RJ) informou que Jacqueline está registrada como técnica de patologia clínica, porém, para assinar laudos, é imprescindível ter formação de nível superior, algo que ela aparentemente não possui.

Neste clima de incertezas e acusações, o que será do futuro de Jacqueline e dos envolvidos neste esquema? E qual será a reação das autoridades de saúde em relação aos casos de infecção? Fique ligado, pois novos desdobramentos devem surgir em breve!