Durante a tradicional romaria fluvial do Círio de Nazaré, que aconteceu na Baía do Guajarás em Belém (PA), gritos de "vai roubar a santa" ecoaram entre os fiéis e participantes do evento, direcionados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O episódio foi registrado em um vídeo compartilhado pela deputada federal Bia Kicis (PL-DF) e rapidamente ganhou repercussão nas redes sociais.

As imagens, que capturam o momento em que Lula participa de um ato litúrgico colocando a imagem de Nossa Senhora de Nazaré em um nicho de vidro no barco principal da romaria, revelaram a forte reação de alguns cidadãos presentes. Em meio às celebrações, um crítico ao presidente fez o protesto em alto e bom som.

Lula acompanhado pela primeira-dama Janja Lula da Silva, participou das festividades em homenagem à padroeira do Pará no sábado (12.out.2024) e, no dia seguinte (13.out), assistiu à procissão. Durante este evento, um devoto presente fez questão de presentear o presidente com uma nova imagem da santa.

O presidente havia expressado sua gratidão imediatamente antes do evento, comentando que retornava de uma viagem ao México e desejava agradecer por ter voltado em segurança. Ele mencionou ter rezado por quatro horas e meia, pedindo proteção divina para o voo presidencial, evidenciando a importância religiosa que o Círio de Nazaré representa para muitos brasileiros.

Em sua publicação no X (ex-Twitter), Bia Kicis ressaltou a desconfiança do povo e insinuou que, apesar das instituições estarem sob influência de certos grupos, o povo não se deixaria enganar facilmente. Além disso, ela destacou que os aplausos só surgiram quando a imagem da santa foi retornada ao seu lugar de honra, insinuando que isso era um recado claro a favor de suas posições políticas.

Esse evento, que é um dos mais significativos do calendário religioso brasileiro, gerou debates acalorados sobre a relação entre política e religião no país, e muitos se questionam se o Círio de Nazaré deve ser palco para manifestações políticas ou se deve permanecer um evento exclusivamente religioso, em respeito à devoção de milhões de fiéis.