Tensão em Torres: Mulher que fez bolo contaminado tem quadro de saúde crítico; Criança escapa da UTI
2024-12-31
Autor: Carolina
Uma tragédia abalou a cidade de Torres, onde uma mulher de 61 anos, acusada de preparar um bolo que resultou em internações graves, agora apresenta uma piora significativa em seu estado de saúde. O Hospital Nossa Senhora dos Navegantes informou que, apesar de estar em estado considerado estável na UTI, ela enfrentou quedas nas funções ventilatórias na manhã desta terça-feira. Um boletim anterior havia indicado a possibilidade de alta, mas a situação complicou inesperadamente.
Por outro lado, uma luz de esperança surgiu com a alta do sobrinho-neto da mulher, um menino de apenas 10 anos. Ele foi transferido da ala de risco para um leito, sob supervisão de uma equipe pediátrica, e tem se mostrado comunicativo e estável, sem risco imediato à vida.
Ambos os pacientes estão internados desde o trágico dia 23 de dezembro, quando o bolo foi servido durante uma reunião familiar. Infelizmente, quatro outros membros da família também foram afetados pela intoxicação: uma pessoa recebeu alta, enquanto três, lamentavelmente, perderam a vida.
As mortes foram de Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, Maida Berenice Flores da Silva, 58 anos, e sua filha, Tatiana Denize Silva dos Santos, de 43 anos — todas com laços familiares diretos à mulher que fez a sobremesa. O marido de Tatiana foi intoxicado, mas, felizmente, já recebeu alta após tratamento.
Os últimos exames realizados revelaram a presença de arsênico no sangue dos sobreviventes, além de Neuza. A descoberta é alarmante, visto que o arsênico é um veneno profundamente tóxico. De acordo com a Polícia Civil, a confirmação de arsênico nas vítimas sugere uma causa mais complexa do que mera intoxicação alimentar. Por enquanto, a investigação gira em torno de um possível homicídio culposo, que não envolve a intenção de matar, embora nenhuma hipótese tenha sido descartada.
Os investigadores, apoiados em depoimentos de pessoas próximas, acreditam que seria improvável que a morte fosse intencional. Acredita-se que o frasco que continha o veneno pode ter sido confundido com outro, uma vez que o arsênico é incolor e inodoro, complicando a detecção durante o incidente.
Na última sexta-feira, a polícia executou mandados de busca nas residências ligadas ao caso, encontrando ingredientes para análise, mas sem evidências claras de veneno. Um frasco com uma substância não identificada foi descoberto na casa da mulher, cujos conteúdos agora estão sob investigação no Instituto-Geral de Perícias (IGP).
Curiosamente, mesmo não sendo vista como uma criminosa, a mulher que preparou o bolo foi marcada por tragédias, já que perdeu o marido em setembro devido a uma suposta intoxicação alimentar, possivelmente ligada a alimentos contaminados por enchentes. O corpo dele será exumado para uma análise mais aprofundada pelo IGP.
Este incidente ocorreu em uma noite que deveria ser de confraternização, no último dia 23 de dezembro, quando a família se reuniu em um apartamento na Rua Alexandrino Alencar, por volta das 18h. Os desdobramentos dessa situação permanecem sob investigação, e o clima de desconfiança e alerta paira sobre a comunidade de Torres.