Tensão nas Filipinas: Vice-presidente faz ameaça de assassinato contra o presidente
2024-11-23
Autor: Mariana
A vice-presidente das Filipinas, Sara Duterte, fez uma declaração chocante neste sábado (23), afirmando que contratou um assassino para eliminar o presidente Ferdinand Marcos Jr., sua esposa e o presidente da Câmara dos Representantes, caso ela mesma venha a ser morta. A controversa afirmação não foi considerada uma brincadeira. “Eu dei minha ordem: ‘Se eu morrer, não pare até matá-los.’ E ele respondeu, ‘sim’”, declarou a vice-presidente de forma alarmante.
Em resposta à grave ameaça, o secretário executivo Lucas Bersamin encaminhou a questão para a força de guardas presidenciais de elite, solicitando uma "ação adequada imediata". A situação levantou preocupações quanto à segurança do presidente e sua família, levando o Comando de Segurança Presidencial das Filipinas a reforçar medidas de proteção. As autoridades consideraram a ameaça de Duterte uma questão de segurança nacional, considerando a audácia da declaração pública.
A força de segurança destacou que coordenaria esforços com agências de segurança pública para identificar e neutralizar quaisquer riscos à segurança do presidente e de sua família.
Ferdinand Marcos Jr. e Sara Duterte, que formaram uma chapa vitoriosa nas eleições de maio de 2022 com uma proposta de unidade nacional, rapidamente se viram em desacordo sobre questões críticas, como a postura frente às ações assertivas da China no Mar do Sul da China. Em um movimento surpresa, Duterte deixou seu cargo no gabinete de Marcos em junho, onde atuava como Ministra da Educação e líder de uma entidade de combate à insurgência.
Assim como seu pai, o ex-presidente Rodrigo Duterte, a vice-presidente se tornou uma forte crítica do governo Marcos, acusando não apenas o presidente, mas também sua esposa, Liza Araneta-Marcos, e o presidente da Câmara, Martin Romualdez, amigo e primo do presidente, de corrupção, incompetência e perseguição política contra a família Duterte e seus aliados.
Essas turbulências políticas estão colocando a estabilidade do governo em cheque, e a situação é monitorada de perto pelas Forças Armadas das Filipinas, cujo comandante, o General Romeo Brawner, garantiu que os 160 mil membros das forças permanecerão apartidários, mantendo o máximo respeito pelas instituições democráticas e pela autoridade civil.
A situação nas Filipinas continua a evoluir, com observadores preocupados sobre o impacto que essa crise pode ter na política do país e nas relações entre os líderes. A tensão entre Duterte e Marcos pode ser apenas o começo de uma luta interna de poder que poderá redefinir o futuro político das Filipinas.