Nação

Tensão no STF: Fux desafia os planos de Moraes no julgamento de Bolsonaro

2025-03-26

Autor: Ana

A sala do Supremo Tribunal Federal (STF) foi palco de um embate inesperado na terça-feira (25/3), quando o ministro Luiz Fux colocou em xeque os planos de Alexandre de Moraes para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no controverso inquérito do golpe.

Moraes, que relator do caso, vinha trabalhando arduamente para que a análise fosse realizada na Primeira Turma, evitando assim o plenário da Corte, em uma tentativa de garantir uma decisão unânime e, possivelmente, mais contundente contra Bolsonaro.

Entretanto, Fux, um dos cinco juízes da Primeira Turma, abriu divergências logo nas questões preliminares discutidas na sessão. Ele argumentou que a competência para julgar Bolsonaro e outros réus sem prerrogativa de foro não deveria ser do STF, aventando a possibilidade de deslocar o caso para um tribunal inferior.

Em uma aparente tentativa de minar a estratégia de Moraes, Fux demonstrou ceticismo em relação à delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que representa uma das principais evidências na denúncia. "Estamos num momento que é preambular. Esse colaborador certamente será ouvido em juízo... vejo com muita reserva nove delações de um mesmo colaborador, cada hora apresentando uma novidade", disse Fux, adiantando que ainda avaliará a legalidade da delação no momento adequado.

A postura de Fux reacendeu a esperança da defesa e dos aliados de Bolsonaro. Os advogados do ex-presidente crêem que, seguindo a lógica exposta por Fux, ele poderia votar contra o acolhimento da denúncia. No entanto, esse eventual posicionamento do ministro pode não ser suficiente para alterar o curso do julgamento, uma vez que os aliados de Bolsonaro já admitem que, independente da opinião de Fux, a aceitação da denúncia pela Primeira Turma é um cenário quase inevitável.

O julgamento teve início na terça-feira, mas até o momento, os ministros não relataram seus votos sobre o mérito da denúncia, com a expectativa de que isso ocorra na quarta-feira (26/3). O clima de tensão no STF deve continuar, especialmente à medida que mais detalhes do caso se desenrolam, deixando todos em alerta para o que está por vir. Afinal, os desdobramentos dessa situação podem mudar o rumo da política brasileira.