No último domingo (29), as equipes de bombeiros recomeçaram as buscas no bairro Paraíso, em Belo Horizonte, em busca de uma possível quarta vítima do desabamento de uma casa ocorrido no dia anterior. A expectativa de encontrar mais pessoas aumentou com relatos de vizinhos que acreditavam que um homem poderia ainda estar sob os escombros. No entanto, os bombeiros descartaram essa possibilidade após a análise do local.

Segundo o Tenente Marco Moura, os bombeiros decidiram suspender as buscas no sábado devido a questões de segurança, mas recomeçaram na manhã de domingo com o auxílio de cães treinados. Infelizmente, as novas buscas foram interrompidas por volta das 8h sem a descoberta de novas vítimas.

"As buscas foram encerradas e não encontramos nada adicional. Por enquanto, as operações estão suspensas, e nossa equipe de inteligência está trabalhando para coletar mais informações," afirmou o tenente.

Até o momento, os corpos das três vítimas fatais ainda não haviam sido liberados do Instituto Médico Legal (IML). Uma das vítimas, Claudiene Patrocínio, que é auxiliar de limpeza e reside na região, expressou sua tristeza ao comentar sobre a perda de uma de suas próximas familiares, descrevendo a ligação entre a vítima e sua neta.

“Se elas tivessem passado mais tempo na rua, com certeza não estariam lá dentro. É extremamente triste,” lamentou Claudiene.

O colapso da casa ocorreu na Rua Isaura Possidônios e envolveu três idosas, com idades de 80, 70 e 60 anos. As duas primeiras vítimas foram retiradas ainda no sábado, enquanto a terceira foi encontrada no final da tarde. As buscas foram complicadas por chuvas fortes na região, que ocorreram durante a operação, acumulando 11,2 milímetros de chuva em pouco mais de uma hora.

O imóvel havia sido inspecionado pela Defesa Civil em 2022, apresentando várias irregularidades estruturais e necessidade de reparos urgentes, incluindo trincas e infiltrações. Segundo a Defesa Civil, a ausência de manutenção preventiva foi um dos principais fatores contribuíram para a tragédia. Após a vistoria, uma notificação foi emitida ao proprietário, alertando sobre a responsabilidade de tomar medidas corretivas.

Os cães de busca, como a cadela Áquila, uma Pastor-Belga-Malinois de 4 anos, desempenharam um papel vital nas operações de busca. Apesar de seu treinamento, Áquila não detectou sinais de mais vítimas durante os trabalhos.

Esse incidente trágico destaca a importância de inspeções regulares em edificações e a necessidade de manutenção adequada para prevenir acidentes que possam comprometer a segurança de seus moradores. A comunidade de Belo Horizonte se une na esperança de que medidas sejam tomadas para evitar futuras tragédias semelhantes.