Uma tragédia chocante abalou o estado de Roraima: a defensora pública Geana Aline de Souza, de apenas 39 anos, faleceu na noite de terça-feira (25/3) após complicações relacionadas a uma infecção generalizada. O fatídico procedimento, realizado no dia 18 de março pela médica Mayra Suzanne Garcia Valladão, visava a inserção de um dispositivo intrauterino (DIU), que segundo relatos da família, nem chegou a ser efetivado.

Os sintomas começaram logo após a tentativa de inserção, com Geana apresentando dores intensas e febre. Sua condição se deteriorou rapidamente, levando-a a buscar atendimento no hospital privado Ville Roy, onde deu entrada em estado grave, mostrando quadro de choque séptico, além de falência renal, hepática e circulatória.

Infelizmente, mesmo com uma cirurgia de emergência e transferência para a UTI, a defensora não resistiu e faleceu às 22h50. A tragédia gerou uma onda de indignação e tristeza entre colegas e amigos, que lembram de Geana como uma profissional dedicada e que lutou incansavelmente pelos direitos dos menos favorecidos.

Diante dessa situação alarmante, o Ministério Público de Roraima (MPRR) iniciou uma investigação para apurar possíveis negligências médicas e falhas no atendimento que podem ter contribuído para a morte de Geana. O Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM-RR) também abriu uma sindicância para investigar se houve erros na conduta da médica responsável pelo procedimento. A profissional não possui especializações registradas em seu cadastro, o que levanta ainda mais questionamentos sobre sua capacitação.

A médica, por sua vez, utilizou as redes sociais para se defender, afirmando que a morte da defensora não estava vinculada ao atendimento que prestou e que todas as medidas necessárias foram tomadas.

Geana Aline entrou para a defensoria em 2017 e era presidente da Associação das Defensoras e Defensores Públicos de Roraima (ADPER). Atuava na Vara de Execuções Penais e tinha um histórico de trabalho exemplar, especialmente na comarca de São Luiz, onde fez a diferença na vida de muitos.

Em homenagem à sua memória, a Defensoria Pública do Estado decretou luto oficial e suspendeu suas atividades em todo o estado na quarta-feira (26/3). O velório aconteceu na sede da DPE-RR, e o enterro foi realizado às 17h no Cemitério Municipal Nossa Senhora da Conceição, em Boa Vista.

Esse triste acontecimento levanta sérias questões sobre a segurança de procedimentos médicos e a responsabilidade dos profissionais de saúde. O que poderá ser descoberto nas investigações? Poderá a justiça ser feita por Geana? O caso é um lembrete doloroso da fragilidade da vida e da importância de um sistema de saúde seguro.