Tragédia na BR-116: Caminhoneiro aponta alta velocidade como causa do choque que matou 41
2024-12-25
Autor: João
Um caminhoneiro de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, se apresentou como testemunha crucial no trágico acidente da BR-116, que ocorreu em Teófilo Otoni, Minas Gerais, resultando na morte de 41 ocupantes de um ônibus, incluindo o motorista. Aldimar Ferreira Ribeiro, de 61 anos, afirmou que estava dirigindo um caminhão que aparece nas câmeras de segurança momentos antes da colisão fatal.
De acordo com Aldimar, ele estava à frente do ônibus e viu a explosão refletida no retrovisor. "Ele [o motorista da carreta] estava em alta velocidade", revelou ele em entrevista, logo após prestar depoimento na Polícia Rodoviária Federal (PRF). A gravação das câmeras de segurança será vital para a investigação.
Conforme apurado, o acidente ocorreu na madrugada de sábado (21/12) e a principal hipótese da Polícia Civil é de que o tombamento do semirreboque da carreta, que transportava um bloco de granito, tenha levado à colisão frontal com o ônibus, que estava no sentido oposto. Após essa colisão, um Fiat Argo que seguia atrás também colidiu com a carreta, resultando em três feridos graves.
A defesa do motorista da carreta, que estava foragido, argumentou que uma falha mecânica poderia ter contribuído para o acidente. O delegado Saulo Castro, da Polícia Civil, afirmou que estão sendo coletados todos os dados e depoimentos, enquanto as versões de testemunhas estão sendo analisadas. Uma das informações iniciais apontou um possível estouro de pneu do ônibus, mas o testemunho de Aldimar contradiz essa versão. "O pneu estourou após a explosão, não antes", esclareceu ele.
Em um relato angustiante, o caminhoneiro comentou sobre a cena de devastação que testemunhou: "Parecia um filme de terror. Socorri três crianças que estavam fugindo do fogo. Uma delas perguntou pela mãe, mas as chamas subiram muito rápido. Nunca vi nada igual na minha vida".
Além disso, a análise da nota fiscal da carreta revelou um excesso de carga, o que pode implicar responsabilidade para o motorista. Em resposta a essas alegações, o advogado do motorista questionou a falta de provas concretas sobre a culpa de seu cliente.
A empresa Emtram, responsável pelo ônibus, expressou pesar pela tragédia e assegurou que o veículo estava em condições regulares, com revisões em dia e pneus novos. O motorista da carreta se entregou à polícia na segunda-feira, cercado pelos advogados. Após deixar a delegacia, ele evitou a imprensa, cobrindo o rosto.
A Justiça negou o pedido de prisão preventiva, uma vez que o motorista não se encontrava na situação de flagrante. Enquanto isso, a polêmica aumenta: o advogado do motorista contestou as informações sobre a CNH dele, alegando que ele estava apto a dirigir, apesar de relatos anteriores sobre a suspensão da carteira.
Além dos falecidos, 44 passageiros estavam no ônibus – 21 deles com destino a Vitória da Conquista, 12 a Santa Inês e 11 a Elísio Medrado, todos embarcados em São Paulo. Perguntas sem respostas ainda pairam sobre o incidente, e a investigação segue em andamento.