Tragédia na Estética: Mulher Morre Após Hidrolipo de R$ 10 mil em Clínica de São Paulo
2024-11-27
Autor: João
Um procedimento estético aparentemente simples terminou em tragédia para Paloma Lopes Alves, que morreu após ter uma parada cardiorrespiratória durante uma hidrolipo. A vítima, de 34 anos, havia pago R$ 10 mil pelo procedimento e teve o primeiro contato pessoal com o médico apenas no dia da cirurgia.
Paloma foi socorrida por uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel (Samu), mas chegou sem vida ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde o caso foi registrado como morte suspeita. A família está em estado de choque e as circunstâncias em torno da morte levantaram diversas questões sobre a segurança do procedimento de hidrolipo, que vem crescendo em popularidade nos últimos anos.
Conforme relato do marido, a cirurgia ocorreu na manhã da terça-feira na clínica de estética Maná Day, localizada na Avenida Conselheiro Carrão, na Zona Leste de São Paulo. O procedimento, que tinha como objetivo a remoção de gordura na região das costas e abdômen, deveria permitir a alta no final da tarde. No entanto, Paloma começou a passar mal e sofreu uma parada cardíaca.
“Fui com ela para fazer o procedimento e a negligência foi enorme. O Samu demorou muito para chegar. Quando percebi que eles estavam lá, eu sai correndo. Não me informaram sobre o que estava acontecendo. Foi uma situação desoladora”, lamentou o marido, que viu a esposa ser reanimada no hospital, mas infelizmente, sem sucesso.
O médico responsável, Josias Caetano, ainda não se pronunciou sobre o caso, embora tenha se comprometido a fazer uma declaração até esta quarta-feira (27). A hidrolipo, também conhecida como lipoaspiração tumescente, é um procedimento que utiliza anestesia local, permitindo que a paciente fique acordada durante a cirurgia. A técnica envolve a injeção de uma solução de anestésico, soro fisiológico e adrenalina para minimizar a perda de sangue e diminuir o efeito nos vasos capilares.
Apesar da popularidade, a hidrolipo tem seus riscos. O médico Wendell Uguetto, em entrevista, ressaltou os perigos do uso excessivo de anestésicos locais, que podem levar a toxicidade e até parada cardíaca. “Quando realizada em ambiente hospitalar, esse risco é muito menor, pois há a supervisão constante de um anestesista”, disse Uguetto.
As lipoaspirações, incluindo a hidrolipo, devem ser tratadas com cautela, pois, além do risco de toxicidade, estão presentes complicações comuns como perfuração de órgãos, trombose e embolia pulmonar. O caso de Paloma levanta um alerta sobre a importância de escolher profissionais qualificados e ambientes seguros para procedimentos estéticos. A pressão social e a busca por padrões de beleza muitas vezes encobrem os riscos associados a tais intervenções.
A família de Paloma solicita justiça e mais informações sobre as circunstâncias que cercam a morte. A clínica e o médico envolvido estão sob investigação, enquanto os detalhes desse trágico incidente continuam a ser revelados.