Esportes

Traição e tensão: Os bastidores da derrota do projeto das debêntures no Inter

2024-12-17

Autor: Julia

A noite avançava quando, às 22h30, o clima no segundo andar do estádio do Internacional, em plena reunião do Conselho Deliberativo, esquentou como se a equipe estivesse em campo. Gritos de celebração ecoaram: "O Beira-Rio é nosso!" O projeto das debêntures, elaborado para mitigar as dívidas do clube, foi reprovado por 161 votos contrários e 159 a favor, uma diferença mínima que evidenciou a divisão entre conselheiros.

Os momentos anteriores foram de intensa articulação, marcada por nervosismo e uma disputa acirrada para convencer os conselheiros hesitantes. No pátio do estádio, conselheiros experientes monitoravam cada movimentação, fazendo contas incessantes sobre o placar possível. A expectativa girava em torno do resultado, onde ambas as partes, gestão e oposição, afirmavam confiar em seus números.

Um elemento inusitado ocorreu quando um conselheiro, que se encontrava presente no local, não conseguiu votar. Apesar de seu nome ter sido chamado repetidamente, ele não foi capaz de participar do pleito digital e sua ausência se mostrou crucial. Outro ponto de tensão foi a traição de um conselheiro que, eleito pela base do presidente Alessandro Barcellos, optou por votar contra o projeto, sendo rapidamente rotulado de "traidor" nos grupos de comunicação. A ausência desse voto, e do que poderia ser do conselheiro que não conseguiu registrar sua presença, resultariam em uma vitória para a proposta se ambos tivessem apoiado a gestão.

Os ânimos se acirraram durante os discursos, com o microfone falhando de maneira emblemática quando Roberto Melo, ex-candidato à presidência, criticava a gestão atual e seus débitos. Ao ser interrompido, ele ironizou: "Acho que não pagaram o técnico de som também...", provocando reações da plateia. Barcellos não deixou por menos e disparou uma resposta afiada, criando um clima de disputa que elevou ainda mais a tensão no ambiente.

Esta derrota não só impacta diretamente o planejamento da gestão atual, mas também deixa os dirigentes do Internacional em uma posição delicada, sob pressão para encontrar novas soluções financeiras que se façam necessárias para reequilibrar as contas do clube. O futuro do entorno financeiro do Inter está claramente em jogo, e novas estratégias devem ser urgentemente formuladas. A noite terminou com sentimentos polarizados: enquanto alguns vibravam com a derrota do projeto, outros encaravam o futuro incerto com preocupação. O que o Inter fará a seguir?