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Trégua no Líbano: Secretário da Liga Árabe Alertou que Pode Ser Tarde Demais Mesmo com Acordo Antes da Posse de Trump

2024-11-23

Autor: Fernanda

As tensões no Líbano têm se intensificado, com Israel apressando as negociações por um cessar-fogo para atender ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump, conforme revela o jornal The Washington Post. Entretanto, Ahmed Aboul Gheit, Secretário-Geral da Liga Árabe, advertiu que isso pode ser 'tarde demais', mesmo que um acordo de paz seja assinado antes da posse de Trump, marcada para 20 de janeiro.

Em uma entrevista à mídia brasileira, Gheit, que representa uma organização composta por 22 países árabes, afirmou que a Liga está em discussões sobre como pressionar a comunidade internacional a suspender Israel da Assembleia Geral da ONU. Ele também mencionou a necessidade de aplicar o Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que permite uma gama de sanções, incluindo ações militares para conter agressões.

Os recentes ataques israelenses no Líbano resultaram na morte de mais de 3.500 pessoas e em Gaza mais de 44 mil, após ações desencadeadas pelo Hamas, que matou 1.195 israelenses e sequestrou 251 em 7 de outubro de 2023. A situação no Líbano se agravou em setembro, quando Israel iniciou uma invasão terrestre e bombardeios intensos contra alvos do Hezbollah, que tem sido um aliado do Hamas.

A participação da Liga Árabe na cúpula do G20 foi um marco significativo, incluindo países como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar e Egito. Gheit afirmou que a comunidade internacional não pode ignorar as atrocidades cometidas por Israel e destacou a necessidade urgente de um embargo no fornecimento de armas ao país.

Ele criticou a falta de ação da ONU, pedindo que se utilize o Capítulo 7 contra Israel, ressaltando que se a lei da selva prevalecer, não há como reclamar da decadência da civilização. Gheit expressou que a estratégia para a implementação das decisões tomadas na cúpula deve envolver os países árabes na ONU para cobrar ações mais firmes da comunidade global, incluindo um cessar-fogo em Gaza e a entrada de ajuda humanitária.

Gheit também elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por seu reconhecimento do genocídio em Gaza, destacando o papel importante que o Brasil e outros países do Sul têm assumido ao apoiar os direitos árabes.

Recentemente, a declaração dos líderes do G20 mencionou uma solução de dois estados para Israel e Palestina, um passo positivo que reflete a pressão sobre os Estados Unidos, que buscam não desagradar os países do Sul.

A expectativa agora recai sobre a administração de Trump, que já se mostrou inclinada a apoiar Israel. A recente visita do enviado dos EUA para o Oriente Médio, Amos Hochstein, gerou alguma esperança, mas, com a postura do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu de continuar as operações contra o Hezbollah, muitos se perguntam se um cessar-fogo real pode ser estabelecido.

Em suma, a situação no Líbano e em Gaza não apenas revela a complexidade das dinâmicas políticas no Oriente Médio, como também expõe a urgência de ações mais decisivas da comunidade internacional para evitar uma catástrofe humanitária ainda maior.