Uma Decisão Controversial de Donald Trump

Em um ato que promete agitar o cenário ambiental e econômico, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, assinou na última quinta-feira (24) uma ordem executiva permitindo a exploração de minerais em larga escala no fundo do oceano, incluindo águas internacionais. A medida é uma resposta a uma crescente demanda por recursos naturais, mas ignora os alertas de organizações ambientais.

Desafiando Normas Internacionais

Com esta decisão, Trump desafia diretamente a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (AIFM), instituição ligada à ONU que regula a atividade no leito marinho. O novo decreto impõe ao Secretário de Comércio, Howard Lutnick, a aceleração dos pedidos de licenciamento para exploração, além de instruir o Secretário do Interior, Doug Burgum, a tomar medidas semelhantes nas águas territoriais dos Estados Unidos.

Um Futuro Promissor ou Destrutivo?

Segundo estimativas do governo americano, a exploração pode gerar bilhões de toneladas de recursos ao longo da próxima década, potencialmente criando 100 mil empregos e injetando impressionantes US$ 300 bilhões (cerca de R$ 1,7 trilhões) na economia dos EUA. Um funcionário do governo declarou: "Queremos que os Estados Unidos liderem nesse setor em relação à China".

Os Riscos da Mineração em Alto-Mar

A exploração se focará em nódulos polimetálicos no fundo do mar, ricos em manganês, níquel, cobalto e cobre, além de conter terras raras essenciais para a fabricação de baterias e dispositivos eletrônicos. Porém, especialistas alertam que essa atividade irrestrita pode causar danos irreparáveis ao ecossistema marinho.

Consequências Globais

Jeff Watters, da ONG Ocean Conservancy, ressaltou que essa decisão pode abrir precedentes perigosos, incentivando outras nações a seguir o mesmo caminho, o que poderia resultar em sérias consequências para os oceanos do planeta. Até o momento, projetos comerciais de mineração no fundo do mar não têm precedentes significativos devido a preocupações ambientais e legais.

Oposição e Críticas

Emily Jeffers, advogada do Centro para a Diversidade Biológica, criticou duramente a iniciativa: "Trump está colocando em risco um dos ecossistemas mais frágeis e menos estudados da Terra em prol de uma exploração industrial descontrolada."

A Indústria se Prepara

Enquanto isso, a empresa canadense The Metals Company (TMC) está se preparando para atuar à margem da AIFM, buscando a autorização do governo dos EUA para iniciar suas atividades de extração em águas profundas. A decisão de Trump pode catalisar uma nova era de mineração submarina, mas a que custo para o nosso planeta?