Donald Trump, ex-presidente e atual candidato republicano à presidência dos EUA, fez declarações polêmicas nesta segunda-feira (7), ao afirmar que existem "muitos genes ruins" entre os imigrantes que habitam o país. A declaração foi feita em uma entrevista ao comentarista conservador Hugh Hewitt, na qual Trump abordou a questão da segurança pública e dos crimes supostamente cometidos por imigrantes que vivem ilegalmente nos Estados Unidos.

Durante a conversa, Trump questionou: "Que tal permitir que as pessoas venham para uma fronteira aberta, sendo que 13.000 delas eram assassinos?" Ele enfatizou que muitos desses indivíduos tinham inúmeros crimes no currículo, mencionando ainda que "um assassino, eu acredito nisso, está em seus genes".

A retórica anti-imigração tem sido um dos pilares da campanha de Trump, que frequentemente critica os imigrantes, especialmente aqueles associados a atos criminosos. Apesar de vários estudos mostrarem que imigrantes não cometem crimes em altura superior aos cidadãos nativos, Trump continua sua estratégia baseada na criminalização dos imigrantes.

O ex-presidente parece referir-se a uma carta do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE) divulgada no mês passado, que indicava que 13.099 pessoas condenadas por homicídio estavam na pasta de "não detidos" do ICE. Entretanto, um porta-voz do Departamento de Segurança Interna disputou a interpretação dos dados, ressaltando que muitos dos indivíduos mencionados na carta chegaram ao país há décadas e estão sob a jurisdição de diferentes autoridades legais.

As declarações de Trump provocaram reações contundentes, incluindo de Karine Jean-Pierre, porta-voz da Casa Branca, que classificou a linguagem utilizada como "odiosa" e "inadequada". Essa não é a primeira vez que Trump gera controvérsia com suas afirmações sobre imigrantes; ele já havia replicado um boato absurdamente infundado sobre imigrantes haitianos supostamente consumindo pets de cidadãos americanos durante um debate eleitoral.

Em resposta à sua crítica, a campanha de Trump defendeu seus comentários, insistindo que ele estava se referindo a criminosos, não a imigrantes em geral. Karoline Leavitt, secretária de imprensa da campanha, disse: "É realmente nojento que a mídia esteja sempre rápida em defender assassinos, estupradores e criminosos ilegais se isso significa escrever uma manchete negativa sobre o presidente Trump".

Essas declarações de Trump continuam a dividir a opinião pública e a política nos Estados Unidos, uma nação que, historicamente, tem enfrentado questões relacionadas à imigração de maneira intensa. Enquanto isso, a questão da imigração será um dos tópicos centrais nas próximas eleições, enfatizando a polarização que isso pode causar entre os eleitores.