O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, fez uma declaração chocante nesta quarta-feira, durante um evento na Casa Branca, ao afirmar que pretende transformar a conhecida prisão de Guantánamo, localizada em Cuba, em um local para deter imigrantes ilegais. A proposta ocorre após a sanção da lei 'Lanken Riley' em 29 de janeiro de 2025.

Trump mencionou que o espaço na prisão, que tem capacidade para até 30 mil detentos, será utilizado para abrigar "os piores criminosos ilegais que ameaçam a segurança do povo americano". Em suas palavras, ele enfatizou a necessidade de impedir a volta de indivíduos considerados perigosos para outros países, afirmando: "Vamos mandá-los para Guantánamo. Isso dobrará nossa capacidade [prisional] imediatamente."

A prisão de Guantánamo, que foi inaugurada em 2002 durante a presidência de George W. Bush, tornou-se um símbolo controverso da "Guerra ao Terror", desencadeada após os ataques de 11 de setembro. Desde sua criação, aproximadamente 780 pessoas foram detidas, e atualmente apenas 15 prisioneiros permanecem nas instalações.

A instalação é frequentemente criticada por suas práticas de violação dos direitos humanos, incluindo relatos de tortura, como o uso do 'waterboarding', que consiste em simular afogamento em prisioneiros para forçá-los a se confessar. Muitos detidos enfrentaram longos períodos sem acusações formais, com alguns passando até 14 anos encarcerados.

Os ex-presidentes Barack Obama e Joe Biden, ambos do Partido Democrata, prometeram encerrar as atividades da prisão, mas suas administrações não conseguiram concretizar essa promessa, mantendo Guantánamo em funcionamento.

Com a reabertura do debate sobre o uso da prisão, especialistas em direitos humanos e ativistas já manifestaram preocupação sobre as implicações legais e éticas desta nova política de imigração proposta por Trump, que pode também reacender críticas à conduta dos EUA em relação ao tratamento de prisioneiros e a sua política de imigração em geral.

Vale lembrar que a Base Naval de Guantánamo existe desde 1903 e continua a ser um ponto focal de tensão nas relações entre EUA e Cuba, especialmente desde a revolução cubana liderada por Fidel Castro em 1959. O que virá a seguir nesta história ainda está por ser definido, mas a reabertura do debate certamente agitará a política americana em tempos de eleições.