
Trump Censura Museus e Ordena Que Exposições Destaquem a 'Grandeza' dos EUA
2025-03-29
Autor: Pedro
O ex-presidente Donald Trump atacou recentemente os museus dos Estados Unidos, acusando-os de fomentar uma agenda 'revisionista' da história americana, que, segundo ele, tenta rebaixar as conquistas da nação ao enfatizar crimes, violência e opressão.
"Esse movimento revisionista busca enfraquecer as notáveis conquistas dos Estados Unidos, projetando seus princípios fundadores e marcos históricos sob uma luz negativa", declarou Trump. Ele afirma que essa reinterpretação da história acaba dividindo a sociedade e promove um sentimento de vergonha nacional, desconsiderando o progresso que os EUA alcançaram e os ideais inspiradores que continuam a motivar milhões ao redor do mundo.
A Casa Branca, sob o comando de Trump, argumenta que administrações anteriores promoveram uma 'ideologia corrosiva' e criticou instituições respeitadas, como a rede de museus Smithsonian, por terem se rendido a uma ‘ideologia divisiva’. Segundo o governo, essa mudança de abordagem retrata os valores americanos como inerentemente prejudiciais e opressivos.
Um exemplo mencionado foi a mostra do Smithsonian American Art Museum, intitulada "The Shape of Power: Stories of Race and American Sculpture", que explora como sociedades, incluindo os Estados Unidos, utilizaram a raça para estabelecer e manter sistemas de poder. Para Trump, essa exposição promove a ideia de que a raça é uma construção social, algo inaceitável para sua administração, que defende a supremacia da narrativa tradicional da história americana.
Outro alvo de críticas foi o Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, em Washington, que, segundo o governo, afirme que traços como 'trabalho árduo' e 'individualismo' são aspectos da 'cultura branca'. Além disso, o Smithsonian American Women’s History Museum foi criticado por planejar celebrar a história de atletas transgêneros, o que não se alinha com a visão binária de gênero promovida por Trump.
Como resposta a essas tendências, Trump anunciou que sua administração tem a intenção de 'restaurar os locais federais dedicados à história', com a meta de transformá-los em monumentos que celebrem a herança e o progresso dos Estados Unidos. Ele enfatizou que os museus devem ser lugares de aprendizado e não de doutrinação ideológica ou narrativas que possam distorcer a história compartilhada.
Trump estabeleceu que a administração irá remover qualquer 'ideologia imprópria' de exposições em museus e decretou que os locais públicos devem evitar gastos que não estejam de acordo com os 'valores americanos'. Além disso, a ordem também diz que monumentos, memoriais ou estátuas que foram alterados ou removidos nos últimos anos devem ser restaurados ao seus lugares originais, desde que não apresentem descrições que desmereçam figuras históricas.
Embora essas ações tenham sido recebidas por alguns como um esforço para reverter o que é visto como uma agenda progressista nos museus, críticos alertam sobre a perigosa tendência de censura e de revisionismo histórico sob pretextos de proteger a grandeza dos EUA.
O artista e escritor Greg Allen fez comparações históricas que levantam preocupações sobre tais movimentos, lembrando que, na Alemanha nazista, a censura sobre a arte se intensificou com a criação da Câmara de Cultura do Reich, onde produções culturais eram severamente controladas e reprovadas com base em ideologias políticas. Allen destacou que a história está se repetindo para aqueles que acham que estão livres de consequências sob um regime que reinterpreta a cultura e a história a favor de uma narrativa única e opressiva.
Trump, portanto, parece estar movimentando uma agenda que poderá impactar profundamente não apenas as exposições culturais nos EUA, mas também a forma como as gerações futuras compreenderão a história do país.