Em uma declaração bombástica feita na plataforma Truth Social, Donald Trump pediu à Suprema Corte dos EUA que intervenha imediatamente contra juízes que suspenderam suas ordens executivas. Ele classificou a situação como 'tóxica' e 'sem precedentes'. O ex-presidente se referiu ao presidente da Suprema Corte, John Roberts, e ao juiz James Boasberg especificamente, que foi o responsável por suspender deportações sob a controvertida Lei do 'Inimigo Estrangeiro' que Trump invocou contra a gangue venezuelana Tren de Aragua.

"Esses juízes querem usurpar os poderes da presidência sem sequer ter que conquistar 80 milhões de votos. Desejam todas as vantagens sem enfrentar riscos", afirmou Trump, expressando frustração e descontentamento com a decisão judicial.

A medida de Boasberg, que ocorreu no último sábado, resulta em uma suspensão temporária das deportações, causando uma série de voos que transportavam supostos membros da gangue para El Salvador. A Casa Branca argumentou que está cumprindo a ordem judicial, mas a situação levantou sérias questões sobre a capacidade do governo de agir eficazmente em questões de segurança nacional.

Trump não poupou críticas e chamou Boasberg de 'lunático esquerdista radical', afirmando que a solução seria seu impeachment. Essa afirmação, porém, foi rapidamente contestada por John Roberts, que enfatizou que 'impeachment não é uma resposta apropriada à discordância sobre decisões judiciais', lembrando que esse princípio está estabelecido há mais de dois séculos.

A discussão se intensifica ainda mais com a recente suspensão de um decreto de Trump que proibia pessoas transgêneros de servir nas Forças Armadas. Em um julgamento diferente, a juíza Ana Reyes argumentou que essa proibição violava o princípio de igualdade contido na Declaração de Independência dos EUA, garantindo que soldados trans possam continuar a servir até que a constituição da medida seja avaliada por instâncias superiores.

Além disso, a repercussão sobre essas decisões judiciais lança uma sombra sobre a capacidade do governo de gerenciar políticas de imigração e segurança, levantando preocupações sobre a eficácia de sua administração e a proteção dos cidadãos. A narrativa que se desenvolve mostra um Trump que continua a desafiar as normas do sistema judicial, oferecendo combustível para debates acalorados sobre o futuro da política nos EUA e o papel da Suprema Corte em questões cruciais de direitos civis e segurança nacional.