
Trump e a Exclusão de Minorias: O Que Está Acontecendo com a Diversidade nos EUA?
2025-03-20
Autor: Gabriel
Nos últimos meses, o governo de Donald Trump tem mostrado uma clara oposição à diversidade e inclusão, desmantelando décadas de iniciativas de justiça racial. Desde a exclusão de relatos de "falantes de código navajo" do site do Pentágono até a remoção de um mural do movimento "Black Lives Matter" em Washington, as ações administrativas têm gerado forte repercussão e indignação.
Logo após assumir o cargo, Trump cumpriu uma de suas promessas de campanha ao eliminar os programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) do governo federal, alegando que tais programas promoviam uma "discriminação ilegal e imoral". Essa postura se reflete em medidas rigorosas, como a proibição de recrutar soldados transgêneros, decisão que, embora tenha sido suspensa por um tribunal recentemente, ilustra a determinação da administração em reverter políticas inclusivas.
Um alerta foi dado pelo historiador Kevin M. Levin, que percebeu que o Cemitério Nacional de Arlington começou a remover do seu site as histórias de veteranos de guerra afro-americanos, hispânicos e mulheres, destacando o impacto devastador dessa política na memória histórica.
Na mira do que alguns chamam de "marxismo cultural", o governo também sinalizou a exclusão de heróis de guerra de etnias diversas, com um banco de dados revelando mais de 26 mil elementos programados para remoção. Entre eles, estava o Enola Gay, o avião que lançou a primeira bomba atômica sobre Hiroshima, cujos relatos foram eliminados por associações feitas a temas de inclusão LGBT.
Além disso, conteúdos que destacam figuras históricas como os aviadores de Tuskegee, pioneiros da aviação militar afro-americana, e o ícone do beisebol Jackie Robinson, também fizeram parte das remoções. O secretário de imprensa do Pentágono, John Ullyot, defendeu a medida, afirmando que esses conteúdos eram um reflexo de uma "forma de marxismo cultural progressista que divide a força" das forças armadas.
Contudo, muitos especialistas e defensores de direitos civis contestam os argumentos do governo. Zonnie Gorman, filha de um veterano da guerra que utilizou a língua navajo como código, expressou seu descontentamento ao notar que as contribuições de sua ancestralidade foram eliminadas: "Sinto que isso é uma tentativa de apagar a história das pessoas de cor", enfatizou.
Curiosamente, essa não é uma situação isolada. Desde que Trump chegou ao poder, várias empresas, como Google, Meta, Amazon e McDonald's, começaram a desfazer seus programas de DEI, com o número de empresas do S&P 500 que mencionam "diversidade, equidade e inclusão" em suas apresentações caindo drasticamente, quase 60% em relação a 2024, segundo o New York Times.
A União Americana pelas Liberdades Civis adverte que essas decisões representam uma mudança radical nas políticas de inclusão que antes contavam com apoio bipartidário e eram essenciais na luta pelos direitos civis dos anos 60. Atualmente, minorias raciais nos Estados Unidos continuam a enfrentar desafios significativos, como violência policial, encarceramento e discriminação econômica, revelando um quadro que requer urgente atenção e ações efetivas em sua defesa.