Em um movimento que muitos consideram ousado, Donald Trump anunciou a nomeação de Carr como novo presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC), ressaltando seu papel como um defensor da liberdade de expressão e um crítico ferrenho das grandes empresas de tecnologia. Essa nomeação ocorre em um contexto em que Trump procura reverter uma série de políticas adotadas pela administração anterior, abrindo caminho para uma nova era de regulamentação das comunicações nos EUA.

O FCC, conhecido por sua função de licenciar frequências de rádio e TV, regular tarifas de telefonia e promover a expansão da internet no país, enfrenta agora um novo desafio sob a liderança de Carr. A proposta de Carr de revisar a Seção 230 do Ato de Comunicações, que atualmente dá proteção legal às plataformas online, pode causar um impacto significativo no funcionamento de gigantes como Facebook e Google.

"O cartel da censura precisa ser desmantelado", declarou Carr em suas redes sociais, enfatizando sua intenção de tornar a FCC uma ferramenta de combate àquilo que considera controle excessivo por parte das Big Techs sobre o discurso público e a liberdade de expressão. Essa retórica ecoa um sentimento crescente entre alguns setores da direita americana, que acreditam que as plataformas digitais têm um viés político que prejudica a liberdade individual.

Analistas apontam que as ações de Carr poderão esbarrar em limites legais, uma vez que a FCC não possui autoridade abrangente para regular as Big Techs e suas práticas comerciais. Além disso, as investigações antitruste e a proteção ao consumidor são, em parte, responsabilidade da Comissão Federal de Comércio (FTC) e do Departamento de Justiça. Isso significa que, mesmo com a mudança de liderança na FCC, Carr terá que navegar em um ambiente complexo e potencialmente conflituoso se quiser implementar suas ideias.

Além disso, Carr já se posicionou a favor da utilização de iniciativas que visem a inclusão digital, sugerindo que a FCC poderia subsidiar provedores de internet via satélite, como a Starlink, de Elon Musk, para expandir o serviço em áreas rurais sem acesso à internet de alta velocidade. Essa proposta reflete uma tentativa de unir esforços em um setor que transita entre a tecnologia e a política, destacando a influência de Musk nas decisões de Trump. Recentemente, o governo Biden havia cancelado um subsídio significativo destinado à Starlink, o que intensificou as tensões entre a nova administração e projetos semelhantes.

Por enquanto, Carr espera usar seu poder para pressionar as Big Techs, com o respaldo da nova administração, buscando um equilíbrio entre liberdade de expressão e regulamentação justa. Com três republicanos e dois democratas na comissão, a balança política também jogará um papel importante na forma como as novas políticas serão formuladas e implementadas. O que se espera agora é como Carr utilizará sua posição e sua influência para transformar radicalmente não apenas a FCC, mas também o panorama das comunicações e da liberdade de expressão nos Estados Unidos.