Em uma escalada surpreendente do conflito, a Rússia começou a mobilizar tropas norte-coreanas em números significativos para realizar ataques contra as forças ucranianas na região russa de Kursk. Essa revelação chocante foi feita pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em um pronunciamento no último sábado (14/12).

Zelenski destacou que esta é a primeira vez que a Coreia do Norte é usada de maneira tão expressiva no cenário da guerra. “Recebemos dados preliminares confirmando que soldados norte-coreanos estão envolvidos em ataques coordenados. Um número considerável deles”, afirmou. O presidente também alertou que a utilização dessas tropas pode se expandir para outras áreas da linha de frente, evidenciando a gravidade da situação.

Vale lembrar que já em outubro, forças norte-coreanas foram identificadas na região de Kursk, no entanto, este é o primeiro sinal de que um batalhão inteiro estaria realizando ataques massivos contra os ucranianos. Estima-se que cerca de 11 mil soldados da Coreia do Norte estejam se unindo ao efetivo russo, embora Moscou não tenha confirmado essa presença até o momento.

O presidente ucraniano enfatizou: “Moscou está envolvendo outro Estado nesta guerra. Se isso não configurar uma escalada, o que mais pode ser considerado como tal?”.

Invasão com Táticas de Guerra da Coreia

Analistas ressaltam que os ataques coordenados dos norte-coreanos assemelham-se à antiga tática das ‘ondas vivas’ utilizada durante a Guerra da Coreia (1950-53). O jornalista ucraniano Yuri Butusov comentou que a velocidade e a determinação dos soldados norte-coreanos os ajudaram a ultrapassar algumas posições ucranianas, pois não aguardaram para evacuar os feridos.

O funcionário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia, Andrii Kovalenko, confirmou que houve perdas entre as tropas norte-coreanas, mas não divulgou números específicos. “Os russos estão contando com uma quantidade significativa de soldados e tentam realizar operações de assalto com o suporte dos norte-coreanos. A missão deles é avançar rapidamente sob os ataques de nossas forças e ocupar áreas estratégicas”, detalhou Kovalenko.

Táticas de Negociação e Conflitos em Andamento

A Ucrânia, que atualmente enfrenta a ocupação de quase 20% de seu território pelas forças russas, havia realizado uma incursão na região de Kursk em agosto, criando um enclave que poderia ser uma moeda de troca em futuras negociações para terminar o conflito.

Por outro lado, neste domingo, a Rússia anunciou conquistas em dois vilarejos na zona de Donbass, em áreas estratégicas na frente leste ucraniana, incluindo a proximidade de Pokrovsk, fundamental para o suporte logístico das forças ucranianas.

Analistas acreditam que esta ofensiva russa, que se intensificou inesperadamente, visa melhorar a posição da Rússia nas negociações que podem ocorrer após a posse de Donald Trump como presidente dos EUA.

Além disso, ataques aéreos intensivos estão complementando a ofensiva no terreno. Zelenski revelou em um vídeo no Telegram que apenas nesta semana a Rússia empregou cerca de 630 bombas guiadas, 550 drones e mais de 100 mísseis de diferentes tipos contra a Ucrânia.

A situação continua a se deteriorar, com repercussões globais esperadas, à medida que o mundo observa atentamente as reações. O que mais o futuro reserva para essas nações em conflito? Fique atento para mais atualizações!