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Ucrânia em negociação histórica: novos planos para minerais em troca de apoio militar dos EUA

2025-03-28

Autor: Mariana

A Ucrânia está entrando em um novo capítulo em suas negociações para garantir apoio militar dos Estados Unidos por meio de um acordo sobre minerais essenciais, destacou o presidente Volodymyr Zelensky durante uma coletiva de imprensa em Kiev. Esta proposta, que sonda a exploração de recursos minerais, pode ser um divisor de águas na relação entre os dois países.

Mas o que são esses minerais e por que são tão importantes? Os minerais raros, incluindo lítio e titânio, são fundamentais para a produção de tecnologia moderna, desde smartphones a veículos elétricos. A Ucrânia possui reservas ricas, e o interesse dos EUA é estratégico para fortalecer sua posição no mercado global de tecnologia.

Na coletiva, Zelensky enfatizou que o governo ucraniano recebeu oficialmente a nova proposta dos EUA, mas alertou que um estudo detalhado ainda é necessário antes de qualquer acordo ser assinado. Ele reafirmou a importância da colaboração com os EUA, sublinhando que a Ucrânia não deseja enviar sinais que indiquem uma recusa ao apoio militar.

A proposta atual retoma a exigência do ex-presidente Trump, que condicionou a assistência militar a um reembolso dos bilhões que a Ucrânia recebeu desde a invasão russa. Além disso, a nova minuta omite garantias de segurança, um ponto crucial que a Ucrânia havia logrado incluir anteriormente. Isso gerou preocupações em Kiev sobre a proteção do país contra futuras agressões.

Ainda mais alarmante, a Ucrânia teria que canalizar 50% de sua receita de projetos minerais para um fundo de investimento controlado pelos EUA. A falta de clareza sobre o quanto desse lucro retornaria à Ucrânia levantou bandeiras vermelhas sobre a viabilidade do acordo, com a possibilidade de que o país enfrentasse dificuldades financeiras a longo prazo.

Recentemente, Trump afirmou que um pacto seria assinado "muito em breve", e o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, indicou que um documento formalizado estava prestes a ser entregue a Kiev. No entanto, líderes ucranianos, incluindo o vice-primeiro-ministro Yulia Svyrydenko, expressaram reservas, argumentando que seria necessário garantir que os interesses ucranianos fossem devidamente considerados.

A negociação não é fácil. As minutas iniciais indicavam que Washington rejeitou propostas para enviar forças de paz à Ucrânia, o que era um desejo do governo local em troca do acesso aos recursos minerais.

O desenvolvimento dessa nova proposta foi intensamente coberto pela mídia internacional, com detalhes sendo divulgados por jornais como o New York Times e o Financial Times. A pressão da opinião pública também pode influenciar as negociações à medida que os cidadãos ucranianos tomam conhecimento dos termos que estão sendo debatidos. Economistas e políticos ucranianos estão alertando que a condição atual do acordo pode efetivamente transformar a Ucrânia em uma "colônia americana", conforme expressou o economista Roman Sheremeta.

Nas últimas semanas, a Ucrânia tentou negociar diretamente certas cláusulas, buscando suavizar as exigências financeiras draconianas imposta pelos EUA. Contudo, o retorno às condições de acordo mais rígidas levanta questões sobre a soberania ucraniana e a sua capacidade de controlar seus próprios recursos.

Enquanto o mundo observa, as autoridades de Kiev não descartam a possibilidade de retomar as negociações e buscar um acordo que reflita melhor seus interesses e necessidades de segurança. O futuro das relações EUA-Ucrânia e os desdobramentos na guerra contra a Rússia dependem do sucesso ou fracasso dessas negociações.