Nação

Últimas palavras de homem morto após agressão em estação de trem em SP: 'Tenho uma filha de 3 anos, não precisa fazer isso comigo.'

2024-12-04

Autor: Matheus

Uma cena chocante e trágica foi testemunhada por passageiros da Linha 8-Diamante, que presenciaram a morte de Jadson Vitor De Sousa Pires em uma estação de trem em Carapicuíba, Grande São Paulo. Jadson, de 30 anos, foi brutalmente agredido por agentes de segurança da ViaMobilidade, e suas últimas palavras seguem ecoando no coração de quem assistiu à cena horripilante.

O incidente ocorreu em meados de novembro, mas as imagens e laudos médicos só foram divulgados na última terça-feira (3). Os exames indicaram que a causa da morte foi asfixia mecânica resultante de esganadura, e o corpo de Jadson apresentava diversas lesões, incluindo costelas quebradas e escoriações.

Uma testemunha, que preferiu não ser identificada, revelou detalhes angustiantes do que viu. Ele descreveu Jadson como um homem assustado, que claramente estava sob efeito de drogas ou álcool, e contou que, em determinado momento, o rapaz pediu água, expressando a fragilidade da situação: 'Tenho uma filha de 3 anos, não precisa fazer isso comigo. Cuida dela', foram as palavras que mais marcaram quem presenciou o triste desfecho.

Enquanto a violência se desenrolava, outros passageiros gritavam para os seguranças pararem, já percebendo o que se aproximava: uma tragédia. A testemunha lembrou de quando Jadson foi colocado no chão e sentiu o peso do corpo inerte caindo, percebendo que a vida dele já havia sido ceifada. 'Já era, mataram o cara', repetiu, em um tom de incredulidade e revolta.

Reação da família

A esposa de Jadson, Renata Santos de Sousa, revelou que ele havia saído de casa para resolver questões administrativas relacionadas ao seguro-desemprego, após ter sido demitido. Renata descreveu o marido como um homem trabalhador e esforçado, e mencionou a agonia de descobrir a verdade sobre a morte dele apenas após a divulgação das imagens. Ela pediu justiça, lamentando que o tratamento recebido por Jadson não refletiu qualquer compaixão humana.

A ViaMobilidade se posicionou sobre o caso, afirmando que as imagens do incidente foram entregues à polícia e que os profissionais envolvidos não seguiram os padrões de segurança e atendimento da empresa. A companhia destacou que os agentes foram afastados e que um processo de reciclagem será instaurado para requalificação de todos os seus colaboradores.

As ações violentas e a falta de empatia dos seguranças levantam questões sobre a forma como pessoas em situação vulnerável são tratadas em ambientes públicos. A família de Jadson, ainda em choque, espera que justiça seja feita e que outros não tenham que passar por situações tão desumanizadoras.