Em entrevista ao The Washington Post, o renomado cientista nutricional Anthony Fardet, especialista em como o processamento de alimentos afeta nossa saúde, alerta para os perigos dos alimentos ultraprocessados. Ele observa que o ultraprocessamento altera as ligações naturais entre os nutrientes, resultando em combinações que o organismo muitas vezes não consegue reconhecer. "Esse processo perturba significativamente a digestão", afirma.

Pesquisas publicadas no respeitável periódico The American Journal of Clinical Nutrition, em agosto de 2021, revelaram que os ultraprocessados são frequentemente ricos em amido, o que pode desregular a absorção de glicose e outros nutrientes. A longo prazo, isso pode aumentar o risco de diabetes tipo 2 e obesidade, problemas que afetam milhões no Brasil.

Composição Nutricional Desbalanceada

De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, esses produtos são geralmente ricos em gorduras saturadas e açúcares, além de concentrarem grandes quantidades de sódio devido à adição excessiva de sal. As alterações induzidas pelo processamento buscam aumentar a durabilidade dos alimentos e intensificar o sabor, mas com isso, muitos nutrientes vitais ficam diminuídos ou ausentes. Essa falta de alimentos in natura torna os ultraprocessados extremamente pobres em vitaminas e minerais essenciais.

Confusão da Saciedade

Os alimentos ricos em fibras proporcionam uma sensação de saciedade duradoura, pois são absorvidos lentamente pelo organismo. Contudo, os ultraprocessados são rapidamente assimilados pelo trato gastrointestinal, resultando em uma rápida ingestão de calorias e uma sensação de fome precoce. Um estudo da Nature Communications mostrou que os alimentos altamente processados podem levar a um aumento no consumo, pois as calorias muitas vezes não são "registradas" pelo corpo da mesma forma que as calorias de alimentos naturais.

Além disso, esses produtos são projetados para serem facilmente digeridos, irresistíveis e práticos para consumo fora de casa. Muitas vezes, são vendidos em porções econômicas que favorecem um consumo excessivo.

Como Diminuir o Consumo de Ultraprocessados

Apesar da conveniência dos ultraprocessados, é essencial reconhecer que eles representam escolhas alimentares de baixa qualidade, com potenciais consequências graves para nossa saúde a longo prazo. Para combater isso, priorize alimentos frescos e minimamente processados. Defina metas realistas e evite o consumo exagerado, além de não pular refeições para prevenir a fome excessiva.

Tente planejar suas refeições para evitar decisões impulsivas e, assim, escolher opções mais saudáveis. Lembre-se sempre de incluir frutas, verduras, grãos integrais e outras opções nutritivas em sua dieta.

Desafios e Sucessos na Mudança de Hábitos

Adotar esses novos hábitos pode ser desafiador, mas pequenas mudanças podem levar a grandes resultados. Informe-se sobre a alimentação saudável e busque o apoio de profissionais de saúde para guiá-lo nesse processo. A sua saúde e bem-estar a longo prazo agradecem!