Urano e Netuno: os gigantes de gelo que podem esconder oceanos misteriosos!
2024-11-27
Autor: João
Uma nova pesquisa pode transformar completamente nosso entendimento sobre Urano e Netuno. Cientistas agora sugerem que esses planetas, até então enigmáticos, podem ter vastos oceanos de água subterrânea, e as implicações são impressionantes!
De acordo com Adam Masters, cientista espacial do Imperial College London, "não sabíamos nada antes" sobre o interior desses planetas. A proposta revolucionária foi feita por Burkhard Militzer, da Universidade da Califórnia, Berkeley, e publicada na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). Isso poderia até mesmo explicar os campos magnéticos peculiares de Urano e Netuno, que não se assemelham a nenhum outro no Sistema Solar.
Diferente da Terra, onde o campo magnético é gerado em seu núcleo, produzindo um alinhamento claro, os campos magnéticos de Urano e Netuno são inclinados e deslocados do centro. Heidi Hammel, astrônoma e especialista em planetas, recorda que a sonda Voyager 2 da NASA, quando passou por Urano em 1986, já havia encontrado irregularidades. Ao visitar Netuno três anos depois, a situação era igualmente estranha, levando os cientistas a se questionarem sobre a origem desses campos desordenados.
A proposta de Militzer sugere que os dois gigantes de gelo possuem uma camada de água com cerca de 8.000 quilômetros de espessura, situada sob suas atmosferas densas. "Acreditamos que essa água é um oceano", afirmou Militzer. Além disso, essa água conteria hidrogênio misturado, o que poderia influenciar na geração dos campos magnéticos observados.
Contudo, a pressão dentro desses oceanos seria imensa, cerca de 60 mil vezes maior do que a encontrada na superfície da Terra, fazendo com que esse ambiente se comportasse como um fluido supercrítico — uma intrigante combinação de gás e líquido. Surpreendentemente, essa camada de água se separa de uma camada rica em carbono abaixo dela, desafiando a noção de que a composição interna desses planetas seria homogênea.
Os núcleos de Urano e Netuno são menores que se pensava: o núcleo de Urano é do tamanho de Mercúrio, enquanto o de Netuno é ligeiramente maior, comparável ao tamanho de Marte. Essa separação das camadas - água e carbono - é um achado inédito. Segundo Militzer, "quando você coloca hidrogênio por cima, normalmente a água se dissolve, mas os gigantes de gelo podem ter se formado com menos hidrogênio devido à sua maior distância do Sol".
O estudo de Militzer poderia revelar uma diferença significativa entre os gigantes gasosos como Júpiter e Saturno e os planetas de gelo. A distinção fundamental entre esses grupos é crucial para entender a formação e evolução do nosso Sistema Solar. Fran Bagenal, professora de astrofísica da Universidade do Colorado, sublinha a importância de compreender essas diferenças.
Além disso, a descoberta abre novas possibilidades para uma hipotética missão da NASA a Urano na próxima década. Uma sonda espacial poderia ser enviada para investigar a estrutura interna e o campo magnético, confirmando a existência da camada de água misteriosa. "É apenas mais um motivo para voltarmos a Urano!", concluiu Bagenal, destacando o valor potencial de novas investigações.
Prepare-se para uma nova era de descobertas em nosso Sistema Solar! Será que estamos prestes a encontrar evidências da vida como a conhecemos sob as oscilações geladas de Urano e Netuno?