A Verde Asset Management, uma das principais gestoras de investimentos do Brasil, anunciou hoje mudanças drásticas em sua estrutura, cortando 14 posições e reduzindo seu quadro de pessoal de 74 para apenas 60 colaboradores, conforme revelado por fontes do Brazil Journal.

Luis Stuhlberger, o renomado fundador da gestora, convocou funcionários e sócios ao longo do dia para detalhar a reestruturação. Vários traders foram desligados, e a equipe de pesquisa econômica passou por uma reformulação significativa. Além disso, o book sistemático de trading foi descontinuado, com Stuhlberger assumindo a responsabilidade por um dos books de moeda e juros.

Com tais mudanças, o papel de Stuhlberger se intensifica ainda mais, já que ele agora será responsável por impressionantes 80% do risco do fundo, um aumento em relação aos 70% que gerenciava anteriormente.

Durante as conversas, Stuhlberger destacou o cenário desafiador que a indústria de multimercados enfrenta atualmente, citando a dificuldade de entregar resultados positivos (alfa) nos últimos anos e a crescente competição com produtos isentos de imposto de renda. “A indústria vai se consolidar, e apenas aqueles que apresentarem desempenho e uma proposta diferenciada vão sobreviver”, afirmou o gestor.

Apesar dos cortes, Stuhlberger assegurou que o investimento em novas estratégias de crédito continuará e que um novo sócio para essa área deve ser anunciado em breve.

Como parte da reestruturação, a Verde promoveu Marcos Fantinatti, conhecido como “Marcão”, a economista-chefe, além de fazer uma proposta a Daniel Leichsenring para continuar na empresa como consultor sênior. Leichsenring, que começou sua carreira na antiga Hedging-Griffo e trabalha com Stuhlberger há impressionantes 20 anos, vive em Los Angeles há um ano e foi economista-chefe da gestora.

Atualmente, a Verde administra cerca de R$ 20 bilhões em ativos, um montante bem abaixo do pico de cerca de R$ 55 bilhões alcançado no final de 2021. Este cenário enfatiza a necessidade da reestruturação e adaptação da empresa às novas realidades do mercado financeiro.

Em um movimento estratégico, no ano passado, a Lumina Capital adquiriu os 25% da Verde que pertenciam ao Credit Suisse. A expectativa é que essas mudanças tragam revitalização e novas oportunidades para a gestora neste competitivo setor de investimentos.