Venezuela fecha fronteira com Brasil até segunda-feira (13) e gera polêmica
2025-01-10
Autor: Maria
O governo da Venezuela anunciou nesta sexta-feira (10) o fechamento da fronteira com o Brasil, que permanecerá fechada até a próxima segunda-feira (13). A informação foi confirmada pela Polícia Militar de Roraima e pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil. A fronteira, localizada na cidade de Pacaraima, em Roraima, foi barricada com cones e barras de metal, medidas tomadas por militares venezuelanos.
A movimentação nas proximidades da fronteira é considerada "tranquila", e a população já esperava essa interrupção. Segundo a Polícia Militar de Roraima, fechamentos desse tipo ocorrem frequentemente durante eventos significativos no país vizinho.
Esse fechamento acontece em um momento delicado para a Venezuela, onde Nicolás Maduro assumiu um novo mandato, ficando no poder até 10 de janeiro de 2031. Há quase 12 anos na presidência, o governo de Maduro é marcado por uma crise econômica e social profunda, que tem levado milhões de venezuelanos a deixarem o país em busca de melhores condições de vida.
Curiosamente, apesar das promessas feitas pelo governo em 2023 de realizar eleições transparentes, as atas de votação ainda não foram divulgadas, levantando suspeitas sobre a legitimidade do processo eleitoral. Os Estados Unidos classificaram o novo mandato de Maduro como uma "farsa" e afirmaram que novas sanções estão a caminho.
Além disso, antes mesmo da posse de Maduro, a Venezuela optou pelo fechamento da fronteira com a Colômbia, acusando os vizinhos de estarem envolvidos em uma "conspiração internacional". A situação política na Venezuela tem gerado protestos da oposição e reações adversas de vários países ocidentais, que alegam fraudes eleitorais.
O governo brasileiro, sob a liderança de Lula, enviou sua embaixadora em Caracas, Glivânia de Oliveira, para a cerimônia de posse. O governo do México também manifestou a intenção de enviar um representante.
Durante a cerimônia de posse, Maduro se autodenominou "presidente constitucional" e desafiou o imperialismo, afirmando não se submeter a ordens externas. O evento foi acompanhado por juramentos das Forças Armadas e polícias, ressaltando seu papel como "comandante-chefe constitucional orgulhoso dos militares da Venezuela". Daniel Ortega, o polêmico presidente da Nicarágua, também esteve presente no ato.
A situação na fronteira entre Brasil e Venezuela é um reflexo das tensões políticas na região, e muitos se perguntam quais serão as consequências do fechamento prolongado para a população local e para as relações entre os dois países.