Tecnologia

Você acredita? Desbloqueamos nossos celulares 152 vezes ao dia, mas só 11% são por notificações!

2025-03-30

Autor: Matheus

Você já parou para pensar na quantidade de vezes que desbloqueia o seu celular diariamente? Um estudo alarmante revela que, em média, desbloqueamos nossos telefones impressionantes 152 vezes por dia! E o mais surpreendente é que apenas 11% dessas vezes foram para conferir uma notificação. Isso significa que a maior parte das interações que temos com nossos dispositivos móveis são feitas simplesmente por impulso ou hábito.

De acordo com pesquisas recentes, principalmente um estudo realizado pela Apple, a média de desbloqueios diários pode variar entre 96 e 150 vezes. Esses números são apenas a ponta do iceberg quando consideramos que 60% dos brasileiros verificam o celular menos de cinco minutos após acordar. E 40% admitem olhar o celular durante conversas, um comportamento que pode impactar nossas relações interpessoais.

Para analisar melhor nossa relação com a tecnologia, a data.ai reportou que um brasileiro gasta cerca de 5,4 horas por dia no celular. Os principais aplicativos usados incluem TikTok, Instagram, YouTube e WhatsApp, com o TikTok sendo acessado, em média, mais de 19 vezes ao dia por usuário! Cada sessão dura em média 10 minutos, mas somadas, essas interações resultam em mais de 90 minutos apenas nesse aplicativo. No WhatsApp, o uso diário é de 78 minutos, e no Instagram, de 53 minutos. E tudo isso sem contar os momentos em que apenas olhamos a tela inicial, perdidos em pensamentos.

Mas por que desbloqueamos nossos celulares tantas vezes? Muitas vezes, a resposta não é uma necessidade real, mas sim uma fuga de momentos de desconforto ou tédio. O cérebro humano, acostumado a estímulos constantes, aprende a associar o desbloqueio do celular a pequenas doses de felicidade, ou dopamina, mesmo que essa felicidade seja temporária. Abrimos aplicativos, olhamos para as telas sem um propósito claro, e muitas vezes não conseguimos lembrar o que fizemos nos últimos minutos.

Ainda mais intrigante é que, apesar da relação intensa com nossos dispositivos, quando perguntadas sobre suas atividades no celular, muitas pessoas ficam sem resposta. Um experimento da dscout, que monitorou 100 mil interações com smartphones, concluiu que a maioria das interações ocorre de forma automática e sem intenção, refletindo um padrão de comportamento que pode ser comparado ao reflexo condicionado de Pavlov.

Além disso, um estudo da RescueTime revelou que 53% dos usuários se dizem incapazes de resistir ao impulso de pegar o celular mesmo quando estão tentando se concentrar em outras tarefas. Um dado alarmante é que 41% das pessoas desbloqueiam seus celulares “sem nem perceber”. Essa mecânica é chamada de “uso não intencional” e é um sintoma claro do quanto nossos telefones se tornaram parte integrante de nossa identidade – quase um reflexo de nós mesmos.

E a paixão pelos celulares não se limita apenas ao dia a dia; mesmo durante momentos de lazer e interação, muitas coisas ficaram para trás. Muitas vezes, estamos mais focados no que está acontecendo nas telas do que nas conversas ao nosso redor. Em restaurantes, observamos casais que mais olham para seus celulares do que uns para os outros, e ao deitar, a última imagem que vemos frequentemente é do nosso feed de notícias, gastando em média 57 minutos com o celular antes de dormir.

É crucial refletir sobre nossa dependência tecnológica e o impacto que isso pode ter em nossa saúde mental e relacionamentos. Embora possamos achar que estamos no controle, uma simples queda de sinal pode nos fazer sentir ansiedade e desconforto. Nossos celulares nos conectam ao mundo, mas muitas vezes, eles nos desconectam de nós mesmos.

Desbloquear o celular se transformou em um hábito quase involuntário, um ritual para lidar com o silêncio e o tédio. É hora de perguntar: até onde o nosso costume de usar o celular foi longe demais? Estamos prontos para reavaliar essa relação e redescobrir o poder da desconexão?