Saúde

Você Sabia? Burnout e Burnon Não São Reconhecidos Como Doenças pela OMS – Entenda o Motivo!

2024-10-14

Autor: João

Nos últimos tempos, o termo ‘burnon’ tem ganhado notoriedade nas redes sociais e na mídia, sendo frequentemente associado ao burnout. Embora ambos os conceitos se relacionem a um estado de estresse contínuo, especialmente em ambientes de trabalho, eles possuem definições e significados distintos.

O burnon, introduzido pelos especialistas Timo Schiele e Bert te Wildt, descreve uma exaustão prolongada. Há quem a considere uma espécie de pré-burnout ou até mesmo uma “depressão mascarada”. Entretanto, o que muitos ignoram é que essa condição, ainda que amplamente debatida, carece de reconhecimento científico suficiente para ser classificada como doença.

Curiosamente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não reconhece nem o burnout nem o burnon como doenças. Para que uma condição seja considerada doença pela OMS, deve atender a três critérios fundamentais: uma origem conhecida, sinais e sintomas bem definidos, e alterações anatômicas ou psicopatológicas. Infelizmente, tanto o burnout quanto o burnon não se enquadram nesses requisitos.

A Origem do Problema

De acordo com o psiquiatra Estevam Vaz, membro de associações como a Brasileira de Psiquiatria e a Médica Brasileira, os fatores que contribuem para o burnout e o burnon são complexos e multifatoriais, o que dificulta a identificação de suas origens e, consequentemente, sua classificação como doenças segundo critérios da OMS.

Vaz ressalta que, além de questões pessoais, o ambiente – seja no trabalho ou em casa – exerce uma influência significativa no desenvolvimento dessas condições.

É importante destacar que o ambiente de trabalho não é o único responsável pelo desencadeamento do burnout. Indivíduos predispostos a essas condições frequentemente demonstram traços de personalidade como perfeccionismo, impaciência, determinação e, em muitos casos, carisma. Esses mesmos traços são encontrados em pessoas que apresentam burnon, que é frequentemente tratado como uma fase que precede o burnout.

Desafios no Diagnóstico e o Papel das Empresas

Um dos principais desafios, segundo o psiquiatra, é a tendência de rotular sintomas depressivos variados como burnout, o que torna a aplicação de tratamentos adequados um verdadeiro quebra-cabeça. A falta de critérios diagnósticos definidos para burnout e burnon complica ainda mais esse cenário, fazendo com que as pessoas que sofrem dessas condições fiquem sem as devidas intervenções.

Embora não existam tratamentos específicos para burnout ou burnon até o momento, isso não diminui o sofrimento que muitos indivíduos enfrentam diariamente. A discussão em torno da saúde mental precisa incluir um ponto crucial: a responsabilidade das empresas. A OMS classifica o burnout como resultante de estresse mal administrado no trabalho e enfatiza a necessidade urgente de ações corporativas para prevenir essa síndrome debilitante.

O Que Fazer?

Se você se sente esgotado ou percebe que seus colegas estão passando por situações semelhantes, é vital buscar apoio e não hesitar em conversar com um profissional de saúde mental. A conscientização e o cuidado são passos fundamentais para transformar o ambiente de trabalho em um espaço mais saudável e produtivo.