A recente missão dos astronautas Butch Wilmore e Suni Williams na Estação Espacial Internacional (ISS) gerou muitas especulações e curiosidades. Um tema pouco discutido, mas fundamental em longas jornadas espaciais, é a sexualidade no espaço.

Um estudo impactante publicado em 2021 no The Journal of Sex Research defende o conceito de "sexologia espacial", liderado por Simon Dubé, da Universidade de Concórdia. Os pesquisadores ressaltam que explorar este assunto pode ser vital para a saúde mental e a coesão das equipes que habitam o espaço por longos períodos.

Embora agências espaciais como a NASA, ESA (Agência Espacial Europeia) e Roscosmos não proíbam claramente a prática de sexo em órbita, o tema ainda é envolto em tabus e raramente é abordado de maneira clara. No entanto, discutir a sexualidade é necessário para garantir o bem-estar psicológico dos astronautas e a harmonia nas missões.

Explorando a sexualidade no espaço

A sexologia espacial busca investigar a intimidade e as expressões de sexualidade fora da Terra. O estudo propõe uma análise dos riscos e benefícios associados à interação humana em ambientes de microgravidade, levando em consideração fatores biológicos, psicológicos e sociais.

Até o momento, poucas pesquisas focaram na reprodução em microgravidade, concentrando-se principalmente em estudos com animais. Dubé e sua equipe argumentam que, ao abordar as questões relacionadas à sexualidade humana no espaço, seria possível melhorar a saúde mental e o bem-estar emocional dos astronautas, aumentando suas chances de sucesso em futuras viagens de longa duração.

O impacto da sexualidade na vida espacial

De acordo com os autores do estudo, a sexualidade humana é muito mais do que apenas reprodução; envolve vínculos emocionais, prazer e interação social. Portanto, para uma exploração espacial efetiva, é crucial que as agências considerem essas necessidades emocionais e sociais.

Além disso, se o tema das relações sexuais for explorado com seriedade, isso pode ajudar a combater problemas persistentes, como sexismo e discriminação, que frequentemente permeiam ambientes científicos e militares.

Por que você deve se importar?

Com planos cada vez mais concretos para viagens a Marte e a colonização de outros planetas, a discussão sobre a sexualidade no espaço pode ser o elemento-chave para o sucesso dessas missões. Quando a humanidade realmente pensar em viver no espaço, será que deixaremos de lado o que é intrinsecamente humano? Essas perguntas têm potencial para mudar a forma como olhamos para o futuro da exploração espacial.