Negócios

Voepass tem até 10 de maio para vender slots em Congonhas – O que isso significa para o mercado aéreo?

2025-03-28

Autor: Fernanda

A Voepass tem até o dia 10 de maio para encontrar compradores para seus slots no movimentado aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Nesse contexto, grandes players do setor, como Latam, Gol e Azul, estão de olho na oportunidade. Mesmo que essas companhias já tenham uma participação significativa na operação do aeroporto – Gol com 41,2%, Latam com 40,89% e Azul com 14,4% – elas ainda podem se habilitar para adquirir os slots da Voepass, já que a participação total não excede o limite máximo de 45% de slots permitido por qualquer companhia na localidade.

Mas a disputa por esses slots não se limita apenas às grandes companhias aéreas já estabelecidas. A Total Linhas Aéreas, que dedicou os últimos 17 anos ao transporte de cargas, anunciou recentemente planos de voltar a operar voos de passageiros, abrindo mais uma alternativa para a aquisição dos slots. Além disso, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) autorizou a entrada da nova companhia Avion, que opera no modelo de wet lease, realizando operações completas para outras empresas.

Contudo, a tentativa de ampliar operações em Congonhas pode não ser a melhor estratégia no atual cenário de fusão em análise pelas companhias Azul e Gol. Caso a união seja aprovada pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), pode haver condicionamentos que exigem a redução de operações nesse aeroporto. Portanto, o timing para a compra de slots não poderia ser mais complicado.

As companhias já têm seus voos planejados para a alta temporada, o que pode limitar a flexibilidade para incorporar novos slots. Outro fator crucial a se considerar é que, caso a Voepass não consiga vender os slots, eles retornarão à Anac, que redistribuirá os espaços disponíveis entre as companhias interessadas – o que significa que a companhia pode perder essa rara oportunidade de monetizar um ativo valioso.

Enquanto as negociações se desenrolam, as reações das companhias aéreas se mostram cautelosas. A Azul, em resposta ao nosso contato, afirmou que não está envolvida em negociações sobre os slots da Voepass. Por outro lado, tanto a Gol quanto a Latam optaram por não comentar a situação. O que resta saber é se a Voepass conseguirá encontrar interessados a tempo – ou se este será um capítulo a menos na já turbulenta história do transporte aéreo nacional.