Walter Vieira, casado com a tia do deputado federal e ex-secretário de Saúde Doutor Luizinho, desempenhou um papel crucial na assinatura de exames nos órgãos do primeiro doador.

Pai de Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, também sócio do laboratorio investigado, Walter se viu no centro de um escândalo médico que vem chocando o país. O secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, esclareceu que Matheus não foi alvo de mandado de prisão nesta operação porque os alvos estavam relacionados à elaboração dos laudos, levantando questões sobre como um laboratório pode estar tão mal administrado.

Doutor Luizinho ocupou o cargo de secretário de Saúde de janeiro a setembro de 2023, e deixou a posição apenas três meses antes do contrato ser assinado com o laboratório. Sua irmã, Débora Lúcia Teixeira, é funcionária da Fundação Saúde, a entidade pública responsável por contratar o laboratório. Essa ligação familiar levanta suspeitas sobre possíveis conflitos de interesse.

Outro sócio do PCS Lab Saleme é Márcia Vieira, irmã de Walter. Os dois já enfrentaram problemas legais anteriormente, sendo condenados por fornecer um falso resultado positivo no teste de HIV de uma paciente em Belford Roxo. A dupla foi sócia na Farroula Análises Clínicas LTDA, que teve seu nome manchado após comprovar-se que o resultado positivo estava errado, conforme exames realizados por outros laboratórios.

Durante o processo judicial, a Farroula alegou ter advertido a paciente sobre a necessidade de confirmar o primeiro exame, tentando eximir-se da responsabilidade. No entanto, em 2018, o tribunal determinou que a empresa pagasse R$ 10 mil à vítima, reconhecendo o intenso sofrimento que o falso diagnóstico causou, comprometendo sua vida pessoal e conjugal.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) agora investiga a recente contratação do PCS Lab Saleme pelo governo do estado, o que poderá revelar ainda mais irregularidades. A investigação busca não só entender os danos causados pelo serviço mal prestado, mas também examinar as conclusões da licitação que permitiu que esse laboratório estivesse envolvido em questões tão sérias.

A escolha do PCS Lab Saleme, uma unidade privada baseada em Nova Iguaçu, ocorreu após um pregão eletrônico que custou aos cofres públicos R$ 11 milhões. A preocupação com transplantados expostos ao HIV é alarmante e inaceitável; esses erros podem custar vidas e gerar doenças que poderiam ser evitadas. A apuração rápida e a responsabilização dos culpados são esperadas para assegurar que essas falhas não aconteçam novamente.

Doutor Luizinho, em sua experiência de 27 anos como médico e duas vezes secretário de Saúde do estado, expressou sua indignação e cobrou medidas rigorosas contra os responsáveis por este caso chocante que ameaça a confiança no sistema de saúde.