Em um movimento surpreendente, a poderosa Yakuza, a maior organização criminosa do Japão, anunciou que pretende encerrar sua longa disputa com a facção rival, o Kobe Yamaguchi-gumi. As autoridades estão otimistas com essa promessa, especialmente em um contexto de queda no número de membros e aumento da pressão policial sobre os grupos mafiosos.

Recentemente, três membros seniores do Yamaguchi-gumi se reuniram com a polícia da província de Hyogo. Em uma carta entregue durante a visita, eles se comprometeram a "parar todas as brigas internas" e "nunca causar problemas". Essa é uma mudança de postura significativa, considerando a série de violência que tem marcado a rivalidade desde 2015.

A disputa entre as facções resultou em assassinatos brutais e confrontos frequentes, principalmente nas cidades do centro e oeste do Japão, desafiando as autoridades a intensificar as restrições sobre as operações das gangues.

Embora a Yakuza não seja formalmente proibida, ela está sujeita a um rígido monitoramento e regulamentação por parte da polícia. Em 2020, as autoridades designaram oficialmente o Yamaguchi-gumi e o Kobe Yamaguchi-gumi como gangues em guerra, permitindo que a polícia aumentasse a vigilância e restringisse suas atividades.

A diminuição de membros da Yakuza nas últimas décadas é alarmante. Em 2024, o número de membros de sindicatos do crime organizado caiu para 18.800, um recorde histórico, enquanto a Yamaguchi-gumi perdeu quase metade de seus integrantes desde 2014, passando de 6 mil para apenas 3.300.

Diante do declínio da Yakuza, outra ameaça tem surgido: as gangues tokuryu. Esses grupos anônimos operam independentemente e têm se envolvido em atividades criminosas, incluindo roubos violentos e fraudes. No último ano, cerca de 10 mil membros dessas gangues foram investigados, mostrando que o crime organizado no Japão está se transformando.

Enquanto o futuro da Yakuza permanece incerto, a promessa de paz pode ser uma jogada para restaurar a influência perdida num cenário cada vez mais hostil.