16 Pesquisadores Brasileiros Estão Entre os Cientistas Mais Citados do Mundo e Você Não Vai Acreditar Quem São Eles!
2024-12-05
Autor: Maria
No fim do mês passado, uma lista surpreendente divulgada pela Clarivate revelou que 16 pesquisadores de instituições brasileiras se destacam entre os cientistas mais citados globalmente. Essa lista, que é publicada anualmente desde 2014, inclui os pesquisadores que mais se destacaram em áreas das ciências e ciências sociais.
A seleção contempla o top 1% de cientistas em várias subáreas, como agronomia, engenharia, farmácia e imunologia. Para compor a lista final, os pesquisadores da Clarivate avaliam exclusivamente artigos que seguem as diretrizes dos Indicadores Essenciais Científicos (ESI) e que foram publicados em periódicos indexados na plataforma Web of Science, incluindo renomadas publicações como Nature e Science.
Critérios rigorosos foram aplicados para garantir a credibilidade da lista. Nomes ambíguos foram descartados e artigos com mais de 30 autores foram excluídos, uma vez que isso tornaria difícil calcular as citações individuais. Além disso, artigos com dados que fraudam políticas de publicação científica ou que estejam envolvidos em casos de má conduta também foram desconsiderados.
Após a divulgação preliminar em setembro, um processo de verificação de identidade de cada autor e instituição se estendeu por aproximadamente um mês, resultando na inclusão de 6.886 autorias que representam 6.636 indivíduos. Os Estados Unidos lideram o ranking com 2.507 pesquisadores, seguidos pela China com 1.406, Reino Unido com 563 e Alemanha com 332.
Entre os brasileiros, destaca-se o biólogo Mauro Galetti, professor da Unesp e coordenador do CBioClima, que enfatiza a necessidade de maior visibilidade para a pesquisa em biodiversidade. "Com as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade, essa discussão se tornará cada vez mais relevante", alerta Galetti, que compara o alcance desse reconhecimento a "correr uma maratona".
A lista conta com oito pesquisadores da USP, sendo que seis têm a universidade como instituição primária e dois como secundária. Entre eles estão Carlos Augusto Monteiro, Eurídice Martinez Steele e Pedro Henrique Santin Brancalion. A região Sudeste ainda conta com renomados cientistas como José Marengo do Cemaden e Albert Icksang Ko da Fiocruz.
Os pesquisadores do Rio Grande do Sul também têm representantes na lista, como Cesar Gomes Victora da UFPel e Felipe Barreto Schuch da UFSM. Victora, que já é um nome conhecido desde 2018, menciona um viés na lista para países de língua materna inglesa e reforça que isso limita a visibilidade de muitos cientistas brasileiros.
Vale destacar que, apesar de a lista da Clarivate ser estabelecida com base em citações bibliográficas, não é uma medida definitiva de relevância ou mérito científico, o que levanta questões sobre a inclusão e a visibilidade de cientistas de outras regiões do Brasil, que muitas vezes não possuem os mesmos recursos. Galetti destaca que a maioria dos pesquisadores citados estão em São Paulo e recebem apoio da Fapesp, o que coloca em evidência as disparidades existentes no cenário da pesquisa científica em nosso país. Essa situação nos leva a refletir: será que certos estados e instituições estão sendo subestimados em suas contribuições científicas?