A 20 dias das eleições presidenciais nos EUA, a disputa entre Kamala Harris e Donald Trump se intensifica, com ambos os candidatos se arriscando em terras hostis para conquistar o apoio dos eleitores. Nate Silver, renomado estatístico e fundador do site FiveThirtyEight, comentou sobre a situação: "Agora é literalmente 50/50. Não estamos vendo tantos números sobre Harris liderando em Michigan, Wisconsin e Pensilvânia como vimos logo após o debate."

Além de compartilhar uma ligeira vantagem no voto popular — 1,5 ponto percentual à frente segundo o Real Clear Politics —, Kamala Harris precisa se concentrar nos 93 votos do Colégio Eleitoral que estão em jogo nas chamadas "Cidades Batalha", que incluem Michigan, Nevada, Wisconsin, Pensilvânia, Geórgia, Arizona e Carolina do Norte.

Recentes pesquisas indicam que Trump conseguiu diminuir a margem de vantagem que Kamala tinha sobre ele, mas a pequena diferença nas pesquisas nestes estados não permite prever quem levará a melhor nas urnas. "A diferença varia de meio ponto a um ponto", analisou Silver, que atualmente se dedica a um boletim informativo no Substack.

Enquanto isso, as campanhas estão focadas em persuadir o eleitor marginal — um grupo restrito que ainda não se decidiu — em vez de buscar os centristas. A campanha de Kamala está apontando para republicanos moderados, enquanto Trump tenta captar eleitores descontentes em busca de uma alternativa. Recentemente, Trump fez declarações ousadas na Fox News e afirmou ser o "pai da fertilização in vitro", um tema delicado em jogo.

Em comparação a 2016, quando Trump desafiou Hillary Clinton, ele parece estar em uma posição mais forte nas pesquisas deste ano. A atmosfera atual lembra as eleições de 2016, quando Trump conseguiu reverter as expectativas nas urnas, mesmo com Hillary sendo considerada a favorita com uma vantagem de três milhões de votos no total, mas perdendo no Colégio Eleitoral.

Para Kamala, vencer os três estados da Muralha Azul (Pensilvânia, Michigan e Wisconsin) parece ser essencial para garantir sua vitória. Já para Trump, conquistas na Carolina do Norte, Geórgia e Pensilvânia seriam passos cruciais para a Casa Branca. Enquanto a incerteza paira sobre o resultado, a tensão aumenta à medida que o dia das eleições se aproxima, e os candidatos precisam de estratégias eficazes para conquistar os últimos votos.