A Crise Entre os CVCs e Suas Patrocinadoras: O Que Está Acontecendo?
2024-11-25
Autor: Lucas
O mundo do Corporate Venture Capital (CVC) no Brasil enfrenta um desafio crucial, conforme revela Patussi, especialista na área. Ele afirma que a falta de sinergia entre as áreas de negócios e as estratégias corporativas resulta em um desvio de incentivos, o que pode prejudicar a continuidade da colaboração entre startups e corporações. “Os CVCs precisam estar integrados à estratégia da corporação e alinhados às metas dos executivos. Sem isso, a captura da sinergia se torna difícil,” comenta.
Esse ponto de vista é amplamente compartilhado entre as startups, segundo Eduardo Tesche, sócio da Oliver Wyman. Ele salienta que muitas startups enfrentam barreiras para se aproximar das empresas-mães, sentindo uma ausência de atitude e suporte por parte dos CVCs. “Muitas vezes, os primeiros passos são de fracasso antes que os sucessos possam ser celebrados. Uma mentalidade de venture capital é essencial para que o corporate venture capital funcione efetivamente,” ressalta Tesche.
No entanto, a interação entre startups e grandes corporações não é tão simples. Artur Faria, presidente do comitê de CVCs da Abvcap e responsável pelo fundo Oxygea da Braskem, destaca que os diretores de grandes empresas muitas vezes estão sobrecarregados com prioridades do dia a dia, dificultando a abertura para novos projetos.
Uma solução sugerida por Faria é a implementação de mecanismos que estabeleçam metas claras, permitindo um melhor gerenciamento das expectativas. Segundo ele, “isso não resolve todos os problemas, mas é um passo importante para demonstrar apoio às startups e ajustar as expectativas do mercado.”
Contudo, um dado alarmante é que apenas 27% dos fundos de CVC estão medindo seus resultados financeiros, revela a pesquisa. Faria explica que essa falta de foco pode encurtar a vida útil dos investimentos, uma vez que muitas startups que se destacaram entre 2020 e 2021 agora encontram dificuldades em cumprir promessas de retorno. Além disso, a desatenção aos KPIs pode dificultar a colaboração em novos negócios com outros fundos de venture capital.
Além do mais, o cenário brasileiro é marcado por profissionais jovens e com pouca experiência, o que contrasta com o que se observa em outros países como os EUA e na Europa, onde executivos mais velhos e experientes dominam o ambiente CVC. “Essa diferença impacta a maneira como a inovação aberta é percebida e implementada,” afirma Faria.
Ele destaca que, apesar das dificuldades, o Brasil está em um processo de evolução e aprendizagem, e a situação é um fenômeno global. Embora o país esteja melhorando e surfando na onda da inovação que vem de experiências internacionais, ainda existe um caminho a percorrer. “Há uma luz no fim do túnel, e estamos, de fato, avançando,” conclui Faria, enfatizando a importância de alinhar interesses para garantir um futuro promissor para o CVC no Brasil.
Esta evolução é um tema que merece a atenção de todos os investidores e empreendedores que almejam colher os frutos da colaboração entre inovação e corpo executivo. O futuro das startups depende desse alinhamento!