A Polêmica em Torno de Guilherme Derrite: São Paulo Rejeita Seu Legado de Violência
2024-12-08
Autor: Carolina
Introdução
O clima em São Paulo está fervendo! Guilherme Derrite, o atual secretário de Segurança Pública, se tornou o foco de um forte movimento contra a violência policial e tem enfrentado um pedido de impeachment na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Com apenas 40 anos, sua trajetória é marcada por controvérsias e um currículo sombrio que causam indignação na população.
Histórico Controverso
Uma reportagem impactante na revista Piauí revelou que Derrite foi membro do 14º Batalhão da Polícia Militar (PM) entre 2006 e 2009, período em que, segundo testemunhas, teria feito parte de um temido grupo de extermínio em Osasco, nomeado "Eu sou a morte". Este grupo foi responsável por assassinatos de suspeitos de pequenos furtos, ex-infratores e dependentes de drogas, sempre sob o olhar conivente de Derrite, de acordo com depoimentos de policiais condenados.
Carreira na Polícia
Derrite construiu sua carreira na polícia de forma rápida mas polêmica, chegando a integrar a Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) em 2010. Porém, sua passagem foi marcada por uma operação desastrosa que resultou na morte de seis pessoas e na prisão de três oficiais, levando à sua expulsão por excesso de brutalidade. Em menos de quatro anos na polícia, ele foi vinculado a pelo menos dez homicídios, confirmados em registros criminais.
Transição para a Política
Impedido de seguir sua carreira na polícia, decidiu se aventurar na política e foi eleito deputado federal em 2018, sendo reeleito em 2022. Em uma entrevista recente, se orgulhou de sua trajetória violenta, afirmando: "Eu matei muito ladrão", mas ao ser confrontado sobre seu suposto envolvimento em atividades criminosas, negou com veemência.
Percepção da Sociedade
A percepção de figuras como Derrite na sociedade é alarmante. Em tempos de crise, muitos policiais são vistos como defensores da moral e da ordem pública, levando ao aumento de 28% nas candidaturas policiais entre 2018 e 2022, em sua maioria ligadas a partidos de direita. O PL, partido de Jair Bolsonaro, se destacou com 232 candidatos da segurança pública, seguido por PTB, Republicanos e União Brasil.
Candidaturas Policiais no Brasil
No Brasil, policiais não precisam abdicar de suas funções para se candidatar, uma prática raramente vista em comparações internacionais. Somente Alemanha e Canadá têm regulamentações semelhantes, mas com diferenças significativas nas níveis de violência policial.
Opinião de Especialistas
Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta que a violência policial pode render votos, mas não há evidências concretas de que um aumento na letalidade reduza o crime. Enquanto isso, políticas públicas baseadas em evidências são ignoradas. O caso das câmeras corporais é uma clara demonstração de falhas neste sentido.
Conclusão
Se o governo paulista realmente deseja mudar a imagem da segurança pública, como indicou Cláudio Silva, ouvidor das polícias do estado, é hora de uma mudança no comando da Secretaria de Segurança Pública, ou a insatisfação da população continuará a crescer.