A Tractian revoluciona o setor industrial e alcança a marca de R$ 4 bilhões com Inteligência Artificial e Sensores
2024-11-22
Autor: Gabriel
Fundada em 2019 por Igor Marinelli, Gabriel Lameirinhas e Leonardo Vieira, a Tractian enfrentou diversas dúvidas sobre sua viabilidade, como: ‘fazer hardware e software não vai dar certo’; ‘é mais seguro importar da China’. Porém, cinco anos depois, a realidade é outra e a Tractian lidera na inovação da indústria brasileira.
Recentemente, a empresa conseguiu captar impressionantes R$ 700 milhões em uma rodada de investimento, elevando sua avaliação para R$ 4 bilhões, consolidando-se como uma das maiores captações de startups do Brasil em 2023. Esta Série C foi liderada pela Sapphire Ventures, com a participação igualmente relevante de General Catalyst, Next47 e NGP Capital.
O modelo de negócios da Tractian combina a inovadora internet das coisas (IoT) com inteligência artificial. Seus sensores, disponibilizados em um modelo de comodato, integram-se aos maquinários das indústrias e são capazes de coletar dados essenciais como vibração, temperatura e pressão. Esses dados são analisados pelas soluções de IA da empresa, permitindo a manutenção preventiva e a redução de custos operacionais.
Por exemplo, se um sensor identificar que uma máquina está com baixo nível de lubrificação, o software da Tractian automaticamente cruzará essa informação com os dados do fabricante para diagnosticar a causa do problema, sugerindo medidas específicas de correção. Segundo Igor, a agilidade proporcionada por essa solução elimina a necessidade de consultas demoradas com diferentes fabricantes para resolver problemas, aumentando a eficiência das operações industriais.
Atualmente, a startup já atende mais de mil plantas industriais, incluindo gigantes como Suzano, Dexco, M Dias Branco, Ingredion e Nissan Brasil. Com projeção de receita de US$ 40 milhões para este ano, a Tractian opera com uma margem bruta de 72%. Curiosamente, 60% de sua receita provém do Brasil, enquanto o restante vem dos mercados dos Estados Unidos e do México. Igor reside em Atlanta, liderando as operações americanas, enquanto Leonardo está na Cidade do México, ampliando ainda mais a presença da empresa no continente.
A Tractian percebe uma enorme oportunidade de crescimento, com Igor estimando que existem cerca de 50 mil indústrias de médio e grande porte apenas no Brasil, número que salta para 500 mil ao considerar os mercados americano e mexicano. Isso demonstra que ainda há um vasto espaço para o crescimento da empresa, que também está aumentando sua receita através da venda de mais licenças de software e implementação de mais sensores em equipamentos.
O modelo de negócios da Tractian é operado no formato de SaaS, onde as empresas pagam uma assinatura que varia consoante ao número de licenças e sensores utilizados. O impressionante índice de retention revenue líquido (Net Revenue Retention) de 150% significa um crescimento contínuo da receita, mesmo sem a adição de novos clientes.
Com os novos investimentos, a Tractian planeja intensificar seus esforços em pesquisa e desenvolvimento, incluindo a contratação de engenheiros adicionais e a construção de um novo laboratório de pesquisa com 9 mil metros quadrados. A empresa também está de olho em aquisições, especialmente no modelo conhecido como 'acqui-hire', que visa integrar novos talentos.
Além disso, ao contrário da média brasileira, que investe de 10% a 15% da margem bruta em P&D, a Tractian destina metade de sua margem a essa área essencial. Igor enfatiza a importância constante do aprimoramento, comparando o empenho da empresa a líderes de mercado como Tesla e Palantir.
A jornada da Tractian começou nas dependências da USP, onde Igor e Gabriel formaram uma sociedade em busca de inovação. Após uma série de visitas a 88 fábricas para entender as necessidades do setor, eles identificaram a manutenção de equipamentos como uma área carente de assistência. A ambição da startup nunca foi contida a limites geográficos; ao registrar seu domínio em mais de 40 países, eles se prepararam para um futuro global.
'Os desafios da indústria são internacionais', completa Igor, reafirmando a convicção de que se tornariam uma potência global, não se limitando apenas ao Brasil. Com o crescimento contínuo da Tractian e sua relevância crescente no cenário internacional, o futuro brilha promissor não apenas para a startup, mas também para o setor industrial brasileiro como um todo. Prepare-se, o Brasil está prestes a se tornar uma referência em tecnologia industrial!