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A Tragédia da Violência Doméstica: Itália é o País com mais Casos de Brasileiras no Exterior!

2024-12-11

Autor: Ana

De acordo com um levantamento alarmante, a Itália se destaca como o país com o maior número de casos de violência doméstica contra brasileiras no exterior, contabilizando 350 ocorrências em 2023. Este dado representa impressionantes 22,4% de todas as situações reportadas, que totalizam 1.556 mulheres buscando apoio das autoridades em diferentes países.

Após a Itália, os Estados Unidos ocupam o segundo lugar, com 240 relatos de violência. O Reino Unido vem na sequência com 188 casos, seguido por Portugal com 127 e a Espanha com 94. Esses números expõem uma realidade preocupante sobre a segurança das brasileiras fora do país.

O levantamento foi efetuado com base em dados coletados em 186 repartições do governo brasileiro, incluindo embaixadas, consulados e vice-consulados. Notavelmente, 48,8% dessas repartições não registraram nenhum caso, levantando questões sobre a eficácia e recursos disponíveis para atendimento.

Particularmente chocantes são os dados do Egito (64 casos) e da Irlanda (50 casos). Esses números são proporcionais bem maiores em comparação a nações com uma alta concentração de imigrantes brasileiras, como os Estados Unidos, que abriga 41,7% da comunidade brasileira no exterior.

Em relação à violência contra mulheres, 58% dos casos se referem à chamada violência vicária, que procura causar sofrimento às mulheres através de seus filhos. Isso inclui disputas pela guarda e subtração de menores, onde um dos pais leva a criança para outro país sem o consentimento do outro ou da Justiça.

Em 2023, a Alemanha apresentou 204 casos, a maioria deles (200) relacionados a disputas de guarda. Portugal aparece com 199 e a Itália, novamente, com 121. No que diz respeito aos casos de subtração de menores, Portugal lidera com 18 registros, seguido pelos Estados Unidos com 13, Itália com 11, Líbano com 5 e Reino Unido com 4.

A diretora-executiva de Direitos e Saúde das Mulheres do Instituto Natura, Daniela Grelin, adverte que há uma subnotificação considerável de violência contra mulheres no exterior. Entre os motivos estão o desconhecimento dos serviços disponíveis por parte das vítimas, a imigração irregular, barreiras linguísticas e a distância de familiares e amigos.

A presença de um centro de acolhimento mais estruturado, como no Consulado do Brasil em Roma, pode explicar o alto número de casos reportados na Itália, indicando que locais com melhores condições de atendimento podem ter menores taxas de subnotificação.

Esses dados não apenas ressaltam a necessidade urgente de proteção e suporte às mulheres brasileiras no exterior, como também evidenciam a importância de reforçar a criação de estruturas específicas para atender a essa população vulnerável em países como Egito e Irlanda. É vital que as mulheres brasileiras tenham um acesso claro e direto a recursos de apoio e que campanhas de conscientização sejam implementadas para garantir sua segurança.