A Verdade Oculta: 5 Anos Depois, a Origem da Covid Ainda É um Mistério!
2024-12-30
Autor: Gabriel
Cinco anos se passaram desde que os primeiros casos de Covid-19 foram reportados em Wuhan, China, em 30 de dezembro de 2019, e a dúvida sobre a origem do Sars-CoV-2 persiste. Embora cientistas tenham avançado em suas investigações para identificar os possíveis animais hospedeiros que podem ter transmitido o vírus aos humanos, o verdadeiro causador ainda não foi encontrado.
Em 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) criou uma força-tarefa em conjunto com as autoridades chinesas para desvendar a origem do vírus. Um relatório preliminar divulgado em 2021 indicou "uma forte probabilidade" de que o Sars-CoV-2 tenha se espalhado a partir de um animal no famoso mercado Huanan, que estava relacionado a pacientes infectados desde o final de novembro de 2019.
Avançando para 2022, um novo relatório sugeriu que o contato inicial com o Sars-CoV-2 teria sido feito, provavelmente, através de morcegos que carregavam um vírus ancestral. Contudo, este elo que ligaria o animal ao humano nunca foi completamente esclarecido.
Enquanto isso, críticas floresceram contra o governo chinês, conhecido por seu regime autoritário, pelas suas ações de ocultação de informações cruciais durante o início da pandemia. A OMS, em resposta às solicitações de transparência, mencionou que ainda busca o acesso a dados que possam elucidar a origem do coronavírus.
"Até que tenhamos resultados, todas as hipóteses – seja de origem natural ou de um vazamento em laboratório – permanecem em discussão", afirmou a OMS. Estudos sobre doenças zoonóticas — que ocorrem quando um patógeno salta de um animal para humanos — podem levar anos para se completar e, muitas vezes, permanecem em aberto, afirmam os especialistas.
O virologista Flávio Fonseca, da UFMG, comparou a situação atual a outras doenças zoonóticas, como o Ebola, que também demoraram muito para que se identificasse seus hospedeiros. Recentemente, uma pesquisa publicada na revista Cell demonstrou que amostras coletadas de animais no mercado Huanan, como o cão-guaxinim (Nyctereutes procyonoides), mostraram uma similaridade superior a 90% com o Sars-CoV-2.
"Esses animais já estavam expostos ao vírus naquela época, evidenciando um possível elo de transmissão ao ser humano", comentou Fonseca. Outro estudo apresentado em um congresso científico no Japão em dezembro indicou a presença de animais doentes no mercado no início da pandemia, reforçando a teoria da origem animal do vírus. No entanto, essa origem não é totalmente natural, visto que a intervenção humana, tanto na captura quanto no transporte dos animais até o mercado, pode ter influenciado a disseminação do vírus.
Por outro lado, a hipótese de um vazamento no laboratório do Instituto de Virologia de Wuhan tem ganhado força nos Estados Unidos, embora a evidência para apoiar essa teoria ainda seja considerada fraca. Um relatório do subcomitê do Senado americano, publicado em 4 de dezembro, sugeriu que o Sars-CoV-2 "provavelmente se originou de um acidente de laboratório".
Os senadores afirmam que há indícios de que pesquisadores do WIV realizavam pesquisas de "ganhos de função" com betacoronavirus — categoria na qual se encontra o Sars-CoV-2. Contudo, Shi Zhengli, virologista do WIV, garantiu que as pesquisas não encontraram novos vírus relacionados ao coronavírus.
Fernando Spilki, virologista da Rede Corona Ômica, enfatiza que este tipo de análise deve nos fazer repensar nossa relação com o consumo animal e o meio ambiente, destacando que fenômenos como essas pandemias são bem explicados por mudanças climáticas e degradação ambiental. Para ele, não é necessário encontrar um único hospedeiro primário para entender a dinâmica do "spillover".
"A busca por uma teoria de um agente biológico só desvia a atenção das responsabilidades humanas na gênese de novas pandemias", advertiu Spilki. Por isso, é indispensável continuar apoiando pesquisas como as de Peter Daszak e Shi Zhengli, consideradas cruciais para o entendimento e a prevenção de eventos emergentes no futuro, conforme destacaram especialistas como Clarissa Damaso, da UFRJ.
Atenção, leitores: estamos prestes a descobrir verdades que podem mudar o entendimento da pandemia! Não fique de fora dessa investigação!