O ex-agente penitenciário Albino Santos de Lima, de 42 anos, foi identificado como o mais temido serial killer de Alagoas, fazendo de sua obsessão por mulheres jovens e morenas a sua única estratégia de seleção de vítimas. A Polícia Civil de Alagoas revelou detalhes surpreendentes sobre esse caso aterrorizante em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (18).

De acordo com a delegada Tacyane Ribeiro, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Albino admitiu que utilizava redes sociais como o Instagram para fazer 'inteligência' antes de escolher suas vítimas. "Ele levava até seis meses estudando as pessoas, que tinham perfis abertos e postavam sobre o seu dia a dia", afirmou a delegada.

A prisão de Albino ocorreu em 17 de setembro em sua residência em Maceió, após investigações a respeito da morte brutal de Ana Beatriz dos Santos, uma adolescente de apenas 13 anos, assassinada enquanto caminhava com a irmã na noite de 8 de agosto. Seu caso representa a última de pelo menos dez vítimas confirmadas até agora, mas a polícia está apurando mais oito casos que estão ligados a ele.

Durante a busca em sua casa, as autoridades encontraram um material perturbador, incluindo pornografia e fotos de outras pessoas que estavam em sua lista de alvos. "Retirá-lo de circulação provavelmente impediu novos homicídios, ele já havia declarado que pretendia matar mais", revelou a delegada.

Alcance sinistro: O modo de operação de Albino era caracterizado pela realização dos crimes à noite, e detalhes macabros emergiram durante a investigação. Ele tinha o hábito de tirar fotos de túmulos e selfies em um cemitério onde algumas das vítimas estão enterradas, mas ainda não se sabe se essas sepulturas pertencem a pessoas que ele assassinou.

O perfil vicioso

O delegado Gilson Rego Sousa, responsável por vários dos inquéritos, destacou que as vítimas de Albino compartilhavam notáveis semelhanças. Foram registradas sete mulheres e três homens entre outubro de 2023 e agosto deste ano. "Ele tinha uma verdadeira coleção de fotografias das suas vítimas, criando uma obsessão palpável por elas", enfatizou.

E a razão por trás da morte de três homens? Gilson notou que todos estavam ligados a mulheres que correspondiam ao ‘perfil’ das outras vítimas. "Pode ter sido um ato motivado por ciúmes ou vingança", especula o delegado.

Outro fator que complicou as investigações foi o fato de Albino nunca ter interagido com suas vítimas nas redes sociais, o que deixou os familiares confusos sobre os crimes. Sem registros de conversas suspeitas, a polícia teve dificuldades em seguir pistas concretas. "Isso dificultou enormemente a resolução desses casos", lamenta o delegado.

Ritual macabro

Após cometer os assassinatos, Albino havia estabelecido um ritual macabro: ele colecionava reportagens sobre os crimes, destacando com tinta vermelha as datas em que cometeu cada um deles— uma alusão à morte e um testemunho de seu comportamento perturbado.

Durante seu interrogatório, o homem confessou ter matado oito pessoas, mas negou um duplo homicídio de um casal que frequentava a mesma igreja que ele, afirmando ser inocente neste caso específico. A polícia já possui evidências que ligam Albino a esse crime, incluindo a arma utilizada em todos os assassinatos.

Albino chegou a se descrever como 'justiceiro', dizendo que seu objetivo era eliminar indivíduos supostamente envolvidos com facções criminosas. Contudo, essa justificativa foi rapidamente desconsiderada pela polícia, que não encontrou vínculos das vítimas com atividades ilícitas. "Apenas uma tinha um registro criminal relacionado a um roubo, mas, no geral, eram pessoas de bem, trabalhadoras", afirmou Gilson.

Investigações em andamento

Além das dez mortes atribuídas a Albino, outras oito estão sob investigação. A coordenadora da Polícia Científica, Camila Valença Lins, informou que no celular do suspeito foi encontrada uma pasta intitulada 'mortes especiais', que continha fotos e informações sobre assassinatos ocorridos entre 2019 e 2020. Os detalhes vão além do que se imaginava e levantam muitas questões sobre quantas vidas podem ter sido afetadas por este homem aterrador.