O sindicato de Djokovic, a PTPA (Professional Tennis Players Association), moveu uma ação judicial contra as entidades que governam o tênis, como a ATP (Associação de Tênis Profissionais) e a WTA (Associação de Tênis Feminino), acusando-as de práticas anticompetitivas e de manter um "monopólio" sobre o circuito. Segundo a PTPA, o objetivo é questionar práticas em relação ao cronograma de torneios, sistemas de classificação e controle sobre direitos de imagem.

Carlos Alcaraz, número 3 do mundo, expressou sua surpresa com o processo, afirmando não ter sido consultado previamente. "Foi surpreendente para mim, porque ninguém me falou sobre isso. Há aspectos com os quais concordo e outros com os quais não", afirmou Alcaraz, que se prepara para o Miami Open.

A PTPA, que já conta com o apoio de mais de uma dezena de tenistas e um renomado escritório de advocacia internacional, alega que as ações judiciais expõem abusos sistemáticos e um desrespeito ao bem-estar dos jogadores. Ahmad Nassar, diretor executivo da PTPA, declarou: "O tênis está em frangalhos. Esgotamos todas as opções de reforma através do diálogo, e agora não temos outra escolha a não ser responsabilizá-los no tribunal. Precisamos corrigir essas falhas sistemáticas para salvar o esporte para as futuras gerações."

Um dos pontos mais críticos levantados pela PTPA é o calendário excessivo que obriga os jogadores a competirem sob condições adversas. No ano passado, houve relatos de jogadores desmaiando devido ao calor extremo, e muitos enfrentam lesões crônicas em consequência do rigoroso cronograma de jogos, que se estende por onze meses sem pausas adequadas.

A ATP respondeu à ação, defendendo sua estrutura de governança e destacando as reformas implementadas nos últimos anos que, segundo afirmam, melhoraram a situação financeira dos jogadores. Apesar das tensões, e da tentativa da PTPA de instaurar uma representação mais forte dos interesses dos tenistas, a ATP reafirmou seu compromisso em trabalhar pelos melhores interesses do esporte e de seus atletas.

Além disso, o momento da ação judicial coincide com mudanças políticas nos Estados Unidos, com fontes sugerindo que a administração de Donald Trump pode criar um ambiente mais favorável para disputas legais desse tipo, um fato que pode impactar ainda mais as relações no mundo do tênis. Se a PTPA conseguir suporte, a batalha entre jogadores e administradores pode se intensificar, remodelando o futuro do circuito de tênis profissional.