Negócios

Alckmin propõe excluir alimentos e energia do cálculo da inflação para melhorar economia

2025-03-24

Autor: Julia

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, fez uma declaração surpreendente na última segunda-feira (24 de março de 2025), sugerindo que o Banco Central (BC) deve estudar a possibilidade de retirar os preços de alimentos e energia do cálculo da inflação no Brasil.

Durante um evento promovido pelo jornal Valor Econômico, Alckmin traçou um paralelo com a prática adotada pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, que exclui esses itens em suas análises. Ele caracterizou a proposta como uma medida “inteligente” e expressou otimismo, afirmando que os preços dos alimentos devem cair ao longo deste ano, contribuindo positivamente para o Produto Interno Bruto (PIB).

Dados recentes mostraram que a inflação de alimentos no Brasil foi a quarta maior entre os principais países da América Latina em 2024, com números alarmantes: 94,7% na Argentina, 21,9% na Venezuela e 15,4% na Bolívia, com o Brasil exibindo uma inflação preocupante, mas ligeiramente menor que os vizinhos.

Alckmin destacou o impacto que a taxa de juros tem sobre a dívida pública e introduziu a ideia de que medidas “heterodoxas” poderiam ser a solução para o problema crescente da inflação de alimentos. Entre suas sugestões estavam a valorização da moeda e a expectativa de um aumento de aproximadamente 10% na safra agrícola deste ano.

“Estamos mais otimistas: as condições climáticas apresentaram melhora e há expectativa de crescimento na safra, que deverá impulsionar a economia. Se no ano passado a indústria foi fundamental para elevar o PIB, este ano a agricultura tem um papel chave a desempenhar”, comentou.

As medidas para mitigar os efeitos da inflação incluem a utilização de estoques regulatórios pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a redução do imposto de importação sobre alguns produtos alimentícios. Alckmin também enfatizou que o governo federal não tributa a cesta básica, embora alguns estados ainda aplicam o ICMS. Ele disse, “não dá para eliminar a tributação totalmente, mas a isenção em casos específicos pode ser útil para a situação temporária.”

Com essas declarações, Alckmin não apenas chamou a atenção para a inflação crescente, mas deixou claro que há esperança e estratégias para conter essa onda de preços que afeta a população brasileira. Um alívio nas tensões econômicas pode estar mais perto do que se imagina!