Ciência

Alerta: Clima em 2025 pode ser ainda mais devastador, e COP30 em Belém pode ser um grande fracasso

2024-12-29

Autor: Fernanda

Feliz Ano Novo para quem realmente se importa com o futuro do planeta!

Isso mesmo: o programa Copernicus da União Europeia já declarou 2024 como o ano mais quente da história da Terra, registrando uma temperatura média impressionante — e alarmante — de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Agora, as previsões indicam que 2025 pode ser ainda mais catastrófico. Não se trata de alarmismo gratuito, mas de uma dura realidade que precisamos encarar.

Milhares de ambientalistas, diplomatas e ativistas estão sempre presentes nas conferências da COP, insistindo para não perdermos a esperança na negociação internacional. Mas a verdade é que três décadas de discussões e acordos pouco eficazes nos levaram a um impasse preocupante. A COP30, marcada para acontecer em Belém, sob a liderança de um governo que ainda oscila entre promessas e ações concretas sobre políticas climáticas, não tem grandes perspectivas de mudar esse cenário.

O governo Lula está mais focado em explorar a margem equatorial da Amazônia e em projetos envolvendo petróleo, o que suscita uma série de questionamentos. O que muitos não percebem é que essa exploração pode ser altamente prejudicial, não apenas para o meio ambiente, mas também economicamente inviável. Cristiano Vilardo, analista ambiental do Ibama, enfatiza que a geologia da margem equatorial é menos conhecida e os riscos socioambientais são consideráveis.

De acordo com estudos recentes de Shigueo Watanabe Jr. e Alexandre Gaspari, publicados no boletim ClimaInfo, a possibilidade de viabilidade econômica e climática da exploração de novos poços é bastante duvidosa. A resposta da Empresa de Planejamento Energético (EPE) não foi convincente, mostrando que não há um plano concreto e sustentável para o futuro.

A EPE, junto com a Petrobras, projeta que a extração na margem equatorial só começaria após 2030, atingindo um pico de 300 mil barris por dia em 2044. Međutim, esse é exatamente o momento em que precisamos eliminar a queima de combustíveis fósseis para atender às metas definidas no Acordo de Paris. O que a COP28 em Dubai apelidou de “transição para além dos combustíveis fósseis” parece estar apenas em palavras, especialmente agora que essa mesma expressão foi excluída do comunicado da COP29 em Baku.

Com um governo do PT que parece mais focado na exploração do que em uma verdadeira transição energética, as chances de termos uma COP30 eficaz em Belém são mínimas. A realidade das emissões de carbono pelo mundo não só se manteve alta, como a concentração de CO2 na atmosfera continua em crescimento.

Estamos a apenas 25 anos de garantir uma chance real de cumprir com as metas de Paris e salvar nosso planeta. Precisamos de ações urgentes e eficazes — algo que as 29 Conferências das Partes até agora não conseguiram nem mesmo sonhar em alcançar.